terça-feira, 11 de maio de 2010

Assu prepara programação para o Dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

“Esquecer é permitir. Lembrar é combater”. Este é o slogan do 18 de maio

A Prefeitura do Assu, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social, está preparando uma programação para comemorar o Dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, no dia 18 de maio. A programação será anunciada nesta sexta-feira, 14.

A secretária Maíra Almeida informou que o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cmdca) e o Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente estarão associados à manifestação. “O objetivo do evento é combater o silêncio e a indiferença da sociedade em relação ao tema – influenciados pela cultura de impunidade dos agressores -, o que contribui com o ciclo de violação aos direitos das vítimas”, enfatizou a secretária de Desenvolvimento Social.

O Dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi criado pela Lei nº 9.970, de 17 de maio de 2000, em razão do crime que comoveu o Brasil, ocorrido na cidade de Vitória, capital do Espírito Santo, em 1973. Naquele ano, a menina Araceli Cabrera Crespo, de oito anos, foi espancada, violentada e assassinada. Até hoje os culpados pelo crime não foram punidos. Por ocasião da data, entidades e órgãos governamentais ligados à defesa dos direitos humanos celebram o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Unicef

Conforme denuncia o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), dentre as diversas manifestações de violência contra crianças e adolescentes, as mais incidentes são o abuso sexual praticado por integrantes da própria família e a exploração sexual para fins comerciais, como a prostituição, a pornografia e o tráfico. Além de crime e cruel violação dos direitos humanos, essas expressões resultam em danos irreparáveis para o desenvolvimento físico, psíquico, social e moral das crianças e dos adolescentes suscetíveis a esse tipo de violência. Entre outras conseqüências, as vítimas estão sujeitas à dependência de drogas, à gravidez precoce e indesejada, a distúrbios comportamentais e doenças sexualmente transmissíveis.

O caso Araceli

Araceli Cabrera Sanches estava na escola para mais um dia de aula quando na saída foi abordada por Paulo Helal e Dante de Brito Michelini. Eles eram conhecidos na cidade pelas festas que promoviam em seus apartamentos e em um lugar, na praia de Canto, chamado Jardim dos Anjos.

Paulo e "Dantinho" tinham o costume de drogar e violentar garotas durante suas festas. Eles lideravam um grupo de viciados que costumava percorrer as portas das escolas capixabas a procura de novas vitimas.

No dia 18 de maio de 1973, os dois acusados encontraram Araceli, com oito anos de idade, saindo da escola. Paulo e Dantinho seqüestraram a menina, drogaram-na e levaram para mais uma de suas festinhas. A menina foi estuprada e morta por membros de uma tradicional família capixaba.

Alguns dias depois a menina foi encontrada totalmente desfigurada em uma movimentada rua da cidade de Vitoria. Na época muita gente acompanhou o desenrolar do caso, desde o momento em que Araceli entrou no carro dos assassinos até o aparecimento de seu corpo, entretanto, foram capazes de denunciar o acontecido. O silêncio da sociedade capixaba acabaria por decretar a impunidade dos criminosos.

Ao contrário do que se esperava, a família da menina silenciou diante do crime. Sua mãe, viciada em cocaína, foi acusada de fornecer a droga para pessoas influentes da região, inclusive para os próprios assassinos.

Apesar da cobertura da mídia e do especial empenho de alguns jornalistas, o caso ficou impune. Araceli só foi sepultada três anos depois. Sua morte, contudo, ainda causa indignação e revolta.

Com Lúcio Flávio Medeiros
Retranca com Fernanda Gil
Foto: Reprodução site Overdose de Criptonita

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