Rogério Marinho
Deputado Federal
O governo do PT inovou e tornou transparente a sua incompetência e inapetência para equilibrar as contas do Estado. A confissão acanhada de descontrole veio por meio da peça orçamentária de 2016. Nunca antes na história deste país vimos tanta irresponsabilidade e descuido com as contas públicas. Eles quebraram o Brasil.
Infelizmente, o cidadão pagará caro a lambança da gestão do governo federal. A conclusão é de que o governo causou um rombo sem precedentes e gastará mais do que arrecadará em 2016. Isto sem contar com o péssimo ambiente econômico, onde prevalecem desemprego, recessão, inflação, juros altos, falta de liberdade econômica e escorchantes impostos. O retorno para o crescimento sustentado parece ser completa utopia para este governo à deriva.
Patética, também, foi a investida pela volta da CPMF. O governo lançou o balão de ensaio e foi fortemente repelido pela sociedade e pelo mercado. Não deu outra: a famigerada retomada da CPMF foi arquivada. Até mesmo parlamentares do PT não a aceitaram.
Diante da desistência e da falta de caminhos e mesmo da falta de vontade de cortar na carne, o governo Dilma apresentou uma peça orçamentária com déficit primário de 30,5 bilhões de reais, que pode ser maior ainda e chegar, segundo as previsões, a 50 bilhões de reais, caso não seja aprovado o aumento de impostos constantes na proposta de 2016. Os cortes se concentraram nos investimentos, o que aprofunda a recessão.
O recado dado por meio da peça orçamentária é de que o governo desistiu de fazer ajustes ficais para reequilibrar as contas públicas. O sinal dado à sociedade é negativo e a situação pode caminhar para o caos. Estamos diante de um dos piores cenários econômicos da história nacional. O déficit primário deste ano e do próximo aumentam as chances do Brasil perder o grau de investimento junto às agências internacionais de classificação de risco. Este fato redundaria em mais dificuldades e deterioração dos fundamentos econômicos e da confiança do mercado.
As sinalizações de futuro são péssimas. A incerteza toma conta do ambiente econômico e político do Brasil. Os membros do governo da Dilma sequer podem sair às ruas. Quando o fazem, são repelidos pela população sem esperança e indignada com a clara falta de rumo imposta à Nação. Por um lado, o país não suporta mais aumentos de impostos e péssimos serviços públicos. Por outro, o governo insiste em não cortar de forma real gastos supérfluos e mantém o governo obeso e paquiderme.
A Folha de São Paulo informou que o setor de serviços encolherá pela primeira vez desde os anos 1990. O jornal ouviu diversos economistas sobre a questão. Eles projetam queda de 1,5% do PIB de serviços em 2015. O setor ora referido representa 61% do PIB e 71% do emprego no Brasil. É uma área da economia extremamente sensível. Qualquer turbulência afeta diretamente o povo com desemprego e queda nas atividades.
É evidente que a presidente Dilma perdeu as condições de governabilidade. Como as coisas estão não há perspectivas reais de superação da crise para o brasileiro. O governo acabou antes mesmo de completar um ano. Não há condições objetivas de recuperação. A saída menos dramática é a Presidente da República renunciar ao mandato. Caso ela não tenha a grandeza do gesto, está pavimentado o caminho constitucional do Impeachment, previsto no artigo 85 da Constituição Federal.
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