segunda-feira, 13 de agosto de 2012

UFRN realiza palestra com um dos pesquisadores da descoberta do Bóson de Higgs

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) realiza nesta terça-feira, 14, palestra com o físico francês Christophe Royon, da Comissão de Energia Atômica (CEA), França, e membro do Experimento ATLAS (www.atlas.ch), da Organização Europeia de Pesquisa Nuclear (CERN), Suíça.


O evento, promovido pelo Instituto Internacional de Física (IIF), está

marcado para as 15h no Departamento de Física Teórica e Experimental

(DFTE) da UFRN. Os acadêmicos que dominam o idioma inglês poderão ter o

privilégio de assistir à essa palestra única.



O professor Royon ministrará a palestra Recent results of the LHC, ou

Resultados recentes do LHC (Grande Colisor de Hádrons). Nela, Royon falará

dos resultados obtidos nos últimos experimentos com o LHC, como o

mundialmente noticiado experimento que comprovou a existência de uma

partícula com todas as características previstas para o Bóson de Higgs.



A atividade é voltada para estudantes e pesquisadores da física, sejam da

graduação ou pós-graduação. Embora o professor Christophe Royon já tenha

estado no Brasil outras vezes, será a primeira vez que ele fará essa

específica palestra no nosso país.



O físico ainda destacou a importância do investimento que os países da

América Latina têm feito nas pesquisas científicas nos últimos anos.

“Muitas oportunidades tem sido abertas nas universidades da América

Latina, não só no Brasil. Isso tem acelerado o desenvolvimento científico

nesses países”, comentou.



O Bóson de Higgs



“Nós, cientistas, passamos cerca de 40 anos tentando encontrar o Bóson de

Higgs”, disse o físico Christophe. A tal partícula só pôde ser constatada

graças a uma colisão de dois feixes de prótons, o que gerou, de acordo com

Christophe Royon, o feixe de mais alta energia no mundo. “Depois de tanto

tempo tentando encontrar essa partícula, tínhamos mesmo que ficar muito

contentes com a descoberta. Se o Bóson de Higgs não existisse, não

teríamos como entender como as coisas possuem massa”, disse o físico.



Os benefícios dessa descoberta não podem ser previstos com exatidão

atualmente, mas sabe-se que as potencialidades são muitas. “Dentro de 20

ou 30 anos, quem sabe, poderemos usar esse conhecimento em aplicações

médicas ou desenvolver aparelhos eletrônicos bem mais rápidos que os de

hoje. Enfim, é difícil prever as aplicações, mas todos serão

beneficiados”, disse o professor Royon. “A própria web [rede de

computadores] foi criada e usada primeiro no CERN, várias décadas antes

que todos pudessem usar”, lembrou.



Sobre a polêmica do apelido de “Partícula de Deus”, Royon esclarece:

“Talvez tenham chamado o Bóson de Higgs de Partícula de Deus porque ela é

responsável pela massa de tudo no universo, mas na verdade essa partícula

não prova nem a existência nem a inexistência de um deus”, explicou.

“Chamavam também de ‘partícula maldita’ [goddamn particle], pois estava

sendo muito difícil de encontrá-la”, completou.





O LHC e o experimento ATLAS



O acelerador de partículas de mais alta energia do mundo - o Large Hadron

Collider (LHC) começou a funcionar em novembro de 2009. Ele colide dois

feixes de alta energia de hádrons, como os prótons e nêutrons, e atinge um

total de 8TeV (Tera Electron Vol) de energia e coleta mais de 10 milhões

de gigabytes de dados brutos por ano.



ATLAS é um experimento de física de partículas no Large Hadron Collider do

CERN. O detector ATLAS está à procura de novas descobertas nas colisões de

frente de prótons de energia extremamente alta. O projeto ATLAS desenvolve

pesquisas sobre as forças básicas que moldaram o nosso universo desde os

seus primórdios e que vai determinar o seu destino. Entre as incógnitas

possíveis são a origem da massa, as dimensões extras do espaço, a

unificação das forças fundamentais, e as provas para os candidatos de

matéria escura no Universo.

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