terça-feira, 2 de dezembro de 2014

CORES

Desfaleço cores: a incúria se esforça
em sinas multiplicadoras. Sou interrompido.
O som desanima. A palavra se faz real
ignomínia. Cores desfazem a trama.
Tambor em descompasso. Arrependido
corpo no velho hábito da negação.
Esmaeço o dia. Não o quero brilhante.
Opaco e rasgado. Universalizo o ânimo
 e me faço bandido encarcerado.
Ao crime imputam penas de favores
destrocados. Mudo as cores e a bandeira
ressurge em novo lema. Desfaço cores.
Apago traços. Descolorido sou em descanso.

(Pedro Du Bois, inédito)

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