Na peça dos fundos
deposito o que não quero
que me acompanhe
no fundo do quarto
depósito as jóias
aos interesses maiores
deposito flores plastificadas
nas memórias arquivadas
dos inoxidáveis seres
desprovidos de passado
nos desinteresses
reverbero cânticos
e desprezo no rito
a sensação vazia
do conflito: entre
orações descubro
o texto analisado
no espúrio tempo
desconexo da vaidade
Faço o que me é pedido
perdido em estrelas
vistas em céus
anilados: anilhado
o pássaro se descobre
em céus abandonados
do que faço a pedido
relembro a ensolarada
tarde das tradições:
antes do poente
na desorientação
do corpo
Quando é hora
acordo em sonhos
e me desfaço do corpo
ao relento: na afirmação da gratidão
sou descrente emotivo
sendo hora do quando
me encontrar no bastante
faço do enjôo o sábado
aferido em descanso
Irrealizado termo
usado no subterfúgio
dos automóveis
em estreitas estradas:
o cotovelo do lado de fora
na sequência quilométrica
o termo correto na irrealização
do esteta no conforto da história:
habito a vida anterior do trajeto
e me recuso em novidades
ao morrerem malvadezas
se estendem sob o solo
no aguardo do perdão
malvadezas morrem
em perdões e se reabilitam
nas bondades contrariadas
Busco a fotografia publicada
na revista há tantos anos:
testemunho no aguardo
do desvelo com que notícias
praticam vaidades
a fotografia busca
representar em ânsia
a permanência: desbota
e envelhece personagens
Arrasto o tronco caído
sobre ao leito: não posso
estragar a rodovia no permitir
a interrupção da viagem
o tronco arrastado
permanece: leito desdobrado
na fluidez do trânsito
concatenado das saídas.
(Pedro Du Bois, inédito)
Amigo Sodré, sempre bom ter a sua companhia. Abraços.
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