Modernização e profissionalização do futebol, marketing e extinção dos pequenos

Com o futebol cada vez mais profissional, uma constatação não pode passar em branco. Pode servir de alerta para quem ainda trata este esporte com amadorismo. Quem não entender o recado vai fechar as portas. A modernização do esporte bretão vai exterminar os pequenos.

Na Inglaterra, times da 5ª divisão do Campeonato Inglês têm seus estádios – alguns bem modestos, mas organizados e modernos – e participam da Copa da Inglaterra, o torneio mais antigo do mundo. No Brasil, os times pequenos são amadores, sazonais (só disputam Estaduais) e não têm estrutura. Dependem – quase na totalidade – do poder público.

A Copa do Mundo no Brasil e o Estatuto do Torcedor estão obrigando os clubes a se estruturarem. Quem não seguir o riscado fecha. Simples assim e sem dó nem piedade. Neste ritmo, apenas ABC e América sobreviveriam no futebol potiguar. E olhe lá!

Tendência
É tendência, meus caros. Futebol não é moda, mas as regras estão aí para qualquer um ver. Não ver quem não quer. Em pouco tempo, não se admitirá estádios desconfortáveis, sem cadeiras, sem o tal conceito multiuso, com o qual estão sendo erguidos as arenas da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Tanto é assim que os grandes e medianos estão investindo.

No RN, o ABC quer transformar o Frasqueirão numa arena multiuso. O projeto está em andamento; o rival América, que não suportava a idéia de construir um estádio próprio, caiu na real. Muito em breve, o torcedor rubro vai ganhar de presente a Arena do Dragão.

Empresário
Até quando as Prefeituras vão sustentar os clubes do interior? A sazonalidade é uma praga. E diante de tanto profissionalismo quem está tomando conta do futebol no país são os empresários da bola. Vários clubes de empresários (apoiados ou não por prefeitos em busca de popularidade) já chegaram, inclusive, a figurar na Série A do Brasileirão.

O Grêmio Barueri, que virou Grêmio Prudente porque fora obrigado a mudar de cidade, é um exemplo recente. Times assim podem sobreviver por causa do suporte e interesse empresarial. Mas, os tradicionais times pequenos, sazonais, amadores e sustentados por Prefeituras... Estes vão sumir do mapa, mais cedo ou mais tarde, o que pode comprometer os Estaduais. Aliás, os Estaduais é tema para um próximo bate-papo com o nobre internauta.

George Fernandes
Repórter Esportivo

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