terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Novas notícias do Azulão


Sílvio Caldas
jsc-2@uol.com.br

Não tocarei mais no assunto, mas... não sei o que está faltando para meu amigo doutor Jahyr Navarro publicar seu primeiro livro, enfeixando principalmente suas tão bem redigidas e crônicas. Natal tem cobrado com veemência.
Por falar em crônica, excelente a última que publicou neste Jornal de Hoje em 30 de novembro últim sob o título “Lembrando as nuanças de um bar”. Verdadeira contribuição à sociologia boêmia, recordando algumas passagens bem humoradas do famoso bar de Dequinha, por motivos históricos denominado por muitos de Azulinho. Assunto para outras leras.
Dentre outras passagens, o autor destaca a do moambeiro Carrapicho (a quem a Polícia Federal nunca deu importância, eis que as moambas que ele tenta repassar aos clientes são falsificações que não pagariam nem as refeições do acusado nas dependências daquela briosa corporação).
Contudo o doutor Jahyr (acho que de propósito) esqueceu de contar o malogro de que ele mesmo foi vítima do malfazejo, ao adquirir por uma pichincha um relógio, dito pelo dito cujo um fino relógio, dito por ele como de precisão. De fato, no primeiro mergulho que deu na piscina de sua residência o relógio à prova d’água literalmente afogou-se. Irritado, doutor Jahyr chegou no Azulão fumaçando.
- Carrapicho, venha cá.
- Pois não doutor. Aliás, estava pensando mesmo no senhor. Não quer comprar um relógio daqueles para presentear a algum amigo? Tenho mais dois aqui.
- Presentear coisa nenhuma Carrapicho. E você nem me respeita nem se dar ao respeito.
- Caro assim, caro mestre?
- Como assim, o primeiro mergulho que dei hoje pela manhã com o relógio que me vendeu o relógio ficou cheio d’água e logicamente parou.
- Ora doutor, e a que horas foi que aconteceu o ocorrido?
- Precisamente às 11h15, hoje pela manhã.
- E o relógio, quando o senhor verificou que ele estava parado, marcava que horas?
- Onze e quinze, ora essa!
- E então, doutor, era ou não era um relógio de precisão? Marco certinho a hora que parou...
Outra estória boa foi a que se passou com o finado doutor César Alencar. Estava ele tomando seu uisquezinho, no seu canto, quieto, com tabletes de queijo de coalho à guisa de tira-gosto (única iguaria a que Dequinha se permite oferecer à clientela), quando sentou-se numa mesa ao lado uma figura até então desconhecida do ambiente. Não demorou muito, dirigiu a palavra ao sisudo doutor César, com um palito já na mão: “Posso tirar uma isca?”
- Pode – concedeu doutor César, a contra-gosto.
Não deu três minutos o atrevido cliente tornou a repetir o gesto.
- Posso tirar outra isca?
- Pode – respondeu já com má vontade o doutor.
Pior, não passados cinco minutos, o cabido fez nova investida.
- Posso?
- Pode! – respondeu o doutor já alteando a voz.
Aí o desabusado espetou não uma, mas duas iscas de uma vez.
P. da vida, doutor César berrou: “Fazendo dama não!”
Pois é doutor Jahyr, publique o livro.

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