Walner Barros Spencer
Escritor e arqueólogo
A Vida é um trem dentro do Universo. Existem milhares de trens, mas viajamos em uma só composição ferroviária.
Escritor e arqueólogo
A Vida é um trem dentro do Universo. Existem milhares de trens, mas viajamos em uma só composição ferroviária.
Ela tem muitos vagões e podemos transitar por todos eles, embora muitos não o façam, mas não nos é permitido mudar de veículo.
Alguns dos passageiros descem nas paradas, de tempos em tempos, ao longo do caminho; outros sobem para fazerem parte da viagem a partir de certo momento e lugar.
O trem possui dezenas de vagões.
Há um tempo em que os percorremos todo, como crianças levadas, fazendo molecagens, estrepitosamente.
Há um tempo em que nos devotamos a ficar mais perto do carro-restaurante, comendo e bebendo do bom e do melhor;
Há um tempo em que somos forçados a trabalhar duro na pá, rebolando carvão para dentro da fornalha, em meio à fuligem e escaldado de calor;
Há outros momentos em que, como que cansados do movimento e do balanço do trem, ou atordoados pelo ‘catraquear’ do som quando o vagão cruza pelas esquadrias das pontes, nos recolhemos às cabines individuais, para dormir e descansar um pouco.
Nem todos os passageiros deste trem são nossos conhecidos, embora viajem juntos e, às vezes, repartam mesmo uma cabine comum.
Mas, há aqueles que marcam a viagem, ou porque são companheiros de todo o trajeto, ou porque são especiais em seus relacionamentos e, embora ocasionalmente mudem de vagão, tornam-se inesquecíveis pelo convívio.
Muitos deles nem pertencem mesmo à mesma composição nossa, mas nos encontram nas estações de transbordo e baldeação nas encruzilhadas das idades, e, embora com horários diferentes e variados destinos, são velhos viajantes conhecidos, pois foram nossos companheiros e amigos em outras viagens quando então partilhávamos o mesmo trem.
Assim, obrigado por compartilhar o trem de nossa vida e repartido esta única viagem da existência neste Plano.
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