Pela primeira vez em 12 anos, a cidade foi considerada fora do risco de epidemia de dengue. A avaliação positiva levou em conta os dados do Levantamento de Índice Rápido de Infestação do Aedes aegypt (LIRAa). Aplicada em todas as regiões do Brasil, a metodologia revelou que para cada 100 domicílios visitados em Natal, 0,8% havia a presença do mosquito da dengue. Conforme preconiza o Ministério da Saúde, o município não corre risco de epidemia de dengue por apresentar índice abaixo de 1%. O fato é inédito.
Na avaliação da diretora do Departamento de Vigilância à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Cristiana Souto, vários fatores contribuíram para o município ser considerado satisfatório dentro dos parâmetros que medem os riscos de infestação do Aedes aegypt, o transmissor da dengue. As medidas de prevenção e trabalho da Prefeitura de Natal foram fundamentais. Ela cita a contratação de 150 novos agentes de endemias, que se juntaram aos 300 em atividades de campo para o tratamento focal. Esta medida, por exemplo, reduziu o retorno do agente em cerca de 30 dias ao domicílio. Antes era de 90 dias, agora é de 60 dias.
Ela destacou, ainda, a prioridade dada às áreas de maior risco de contaminação da dengue na cidade, como os bairros das Quintas, Felipe Camarão e Mãe Luiza, além do mutirão “Todos contra a dengue”, em parceria com o Ministério da Saúde. O desenvolvimento de parcerias, como a firmada com o Supermercado Nordestão, que capacitou alunos das escolas municipais para serem agentes multiplicadores, e o apoio do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil, na visita aos imóveis e na orientação à população para evitar criadouros, afora campanhas publicitárias, foram fundamentais para a redução dos índices da dengue no município.
“Isto é resultado de um trabalho intersetorial feito a várias mãos por agentes, educadores e parceiros”, ressaltou a diretora do Departamento de Vigilância Sanitária. Consciente que a luta contra a dengue não tem trégua, Cristiana Souto alerta para a introdução do sorotipo 4 da dengue em Natal, que junta-se ao sorotipos 1 e 2 existentes. Conforme ela, esses sorotipos estão isolados. Outra preocupação da gestora é em relação ao período do verão. Explicou que o ciclo evolutivo do mosquito é de 10 dias - do ovo para mosquito adulto. Com o calor do verão, o ciclo é reduzido para sete dias.
As chuvas ocasionais típicas da estação quente também preocupam, assim como o alto consumo de produtos descartáveis jogados em terrenos baldios. “A Prefeitura vem fazendo a sua parte. Resta a população colaborar evitando criadouros da dengue. Oitenta e cinco por cento dos criadouros da dengue estão nas residências”, informou.
A pesquisa, realizada em outubro de 2011, por agentes de endemias do município e com a orientação do Ministério da Saúde, é repetida a cada dois meses. A primeira pesquisa de 2012 será realizada no mês de janeiro.
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