segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Presidente da Federação da Agricultura participa da inauguração do escritório da CNA na China



A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, acompanhada dos presidentes das Federações da Agricultura do RN, José Álvares Vieira, e do Amazonas, Muni Lourenço, ressaltou, nesta quarta-feira (14/11), em Pequim, a importância de promover, na China, os produtos agropecuários nacionais e de atrair investimentos chineses para o Brasil. “Queremos construir um relacionamento com a China de médio e de longo prazos”, afirmou ao inaugurar o escritório da entidade em Pequim, numa solenidade que contou com a presença do embaixador brasileiro na China, Clodoaldo Hugueney, e de outras autoridades.

Em termos comerciais, três produtos são prioritários no comércio com o país asiático: café, carne e suco de laranja. Segundo a senadora Kátia Abreu, em 2016, a China importará 55% e 46% a mais de carne de frango e carne de porco, respectivamente, do que atualmente importa, enquanto o comércio de soja, um dos principais produtos exportados pelo Brasil para a China, deverá crescer até 67%. “O Brasil tem condições de produzir, de forma sustentável, para abastecer esse importante mercado consumidor”, afirmou.

Segundo a senadora Kátia Abreu, a demanda chinesa por alimentos têm crescido nos últimos anos e as perspectivas continuam positivas para o médio prazo. “Até 2025, a China já deverá ter triplicado seus índices de consumo', afirmou, acrescentando que, de 2002 até agora, a segunda potência econômica aumentou seu consumo de café em 386%. “Não visamos apenas as exportações de um produto, mas inovação, produtos com valor agregado como a China está fazendo. Na última década, a tecnologia brasileira aumentou muito e, por isso, queremos seguir desenvolvendo e aplicando ela em nossos produtos', afirmou.



Credibilidade do produto brasileiro

Para garantir a qualidade dos produtos exportados pelo Brasil, a presidente da CNA lembrou que a entidade desenvolveu, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), que engloba, atualmente, dados da pecuária de corte. Novos protocolos fitossanitários poderão ser incorporados à PGA, garantindo que dados relativos a outros setores da atividade agropecuária também estejam centralizados eletronicamente, garantindo a credibilidade do produto brasileiro. “O objetivo é estabelecermos uma relação de confiança, garantirmos parcerias e investimentos na infraestrutura para o agronegócio no Brasil e vendermos nossos produtos”, explica a senadora. “A abertura do escritório na China é um passo efetivo rumo à internacionalização da CNA e do seu potencial com instituição maior dos produtores rurais”, afirmou o presidente da Faern, José Vieira.

Em abril de 2013, a CNA estará promovendo, em Pequim, um seminário sobre os investimentos em infraestrutura e logística no Brasil, com a participação de ministros, outras autoridades e empresários brasileiros. Em fevereiro de 2013, um grupo de representantes do setor empresarial chinês visitará o Brasil para ver os produtos agropecuários e, em maio, se espera a visita da Associação de Cadeias de Lojas e Franquias da China (CCFA), que agrupa quase mil empresários chineses, com quem a CNA espera cooperar.

Investimento chinês - A agenda de hoje da comitiva da CNA na China começou com uma reunião com representantes do Banco de Desenvolvimento Chinês (CDB, na sigla em inglês), que tem escritório de representação no Rio de Janeiro, onde pretende instalar-se. Os chineses conheceram as demandas apresentadas pela senadora Kátia Abreu para o complexo de portos e hidrovias no Norte do Brasil, projeto que visa baratear o escoamento da produção brasileira.

O CDB é uma instituição financeira sob administração direta do Conselho de Estado chinês.  É responsável pelo financiamento de projetos em infraestrutura e indústria de base. No Brasil, o banco já financiou iniciativas em áreas como tecnologia da informação, petróleo e gás e aquisições de aeronaves brasileiras. Na reunião, representantes do CDB informaram que o banco gostaria de conhecer com detalhes os projetos apresentados pela senadora Kátia Abreu. Eles informaram que estão dispostos a organizar encontros com empresas que poderiam se interessar por estes processos.

Paulo Correia

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