Mércia Carvalho
Cronista
Certa vez, em determinado período da minha vida, Lúcia a minha irmã caçula, me disse:
- Mércia, agora você tem sua liberdade!
E eu lhe questionei:
- E o que eu vou fazer com essa tal liberdade? Naquele momento de sofrimento e solidão, como eu iria entender sobre o que seria ser livre, no sentido amplo da palavra, se sempre, de muletas eu andara durante toda vida?
Mal sabia que aos quarenta e tantos anos, finalmente, estava dando os primeiros passos de liberdade para o meu crescimento como gente, como pessoa.
Às vezes, em meus devaneios, me questiono sobre o que fui como fui e por que fui aquela pessoa que se deixou levar pelas circunstâncias da vida sem fazer questionamentos, apenas me deixando levar.
Liberdade é felicidade. Ser livre é ser feliz. E vice versa.
Existem pessoas que vivem, a qualquer custo, presas a alguém ou alguma coisa, em busca da felicidade e com uma vontade imensa de ser feliz, mas não têm a tal liberdade. Porque ser ou se sentir livre e feliz, independe se você está só ou com alguém, se você tem ou deixa de ter alguma coisa, o importante é se amar para poder amar, respeitar, cuidar, compartilhar, sorrir, chorar, ser cúmplice, amigo e companheiro.
Enquanto livre, ela, a felicidade, estará bem ali, em frente aos seus olhos. Na sua saúde, no seu trabalho, no seu sonho realizado, nos seus filhos, no seu companheiro, na sua família, na companhia dos seus amigos, no despertar de mais um dia, numa lua brilhando no céu. Ela está, até mesmo, nos contratempos da vida. E é, principalmente, neles e por causa deles que você se descobre uma pessoa cheia de vida, capaz, em paz, livre e... Feliz.
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