domingo, 2 de fevereiro de 2014

A DIFÍCIL COMUNICAÇÃO EXTERNA DE UM PURO AMOR INTERNO

Por Flávio Rezende*

         Esta semana está sendo marcada por picos intensos de amor por todos os seres, especialmente pelos mais próximos, provocando em meu ser, maravilhosas e fantásticas emoções, que só encontram nesta vivência sem igual, uma certa dificuldade de perfeita expressão, pelo simples fato da fala não conseguir traduzir corretamente o que sentimentos originários no que convencionamos chamar de coração e/ou mente, provocam na gente.

         Estive uma noite com mamãe e a observando, fiquei refletindo o quanto ela direcionou amor para que eu pudesse ter saúde, educação, quantas vezes me levou para cantos e recantos e muitas outras coisas que uma mãe faz pelos filhos. Aí, a olhando com seus 80 anos, pele enrugada, assustada com a violência externa, fechando janelas e rezando todos os dias por todos nós, seus amados filhos, confesso que senti uma forte emoção, um amor enorme tomou conta e eu não consegui expressar. No meu silêncio irradiei a energia que me fez muito bem.

         Papai fez a travessia e nos relacionamos em outro nível. Todos os dias mando mentalmente bons pensamentos para ele e sempre sinto algo muito forte, chegando a chorar de maneira positiva nestes momentos. Neste caso não existe mais a necessidade da verbalização. Ele agora é nutrido pela alimentação do amor pensamental.

         Levei meu filho Gabriel para o cinema. Rotina que temos pois os filmes oportunizam diversão, aprendizado e convivência positiva. Em alguns momentos o observo e sinto o amor pulsando feito vulcão por dentro. Algo tão forte que não encontraria palavras que traduzissem perfeitamente a fidelidade deste amor. Amo intensamente Gabriel desde o primeiro momento de sua existência.
         A pequena Mel é outra que provoca neste apaixonado pai, sentimentos e mais sentimentos de um amor intraduzível. Por ser pequena, nos brinda o tempo todo com frases interessantes, carinhos repentinos, colocando matéria prima a cada instante nesta fábrica amorosa que só cresce, cresce e cresce e que não encontra no dicionário, sinônimos perfeitos para o que o coração sente.

         A querida Deinha que simboliza a nova mãe, a companheira, parceira, aquela a quem repasso os elogios que recebo, a quem mostro primeiro os escritos que produzo, com quem faço contas, divido planos e traço projetos, é outra que me remete a um doce amor, coroando nosso casamento com sentimentos que tornam nossos laços mais fortes e perenes.

         E o amor encontra ainda muitas outras fontes, como a Casa do Bem, a UFRN, espaços que frequento, amigos e irmãos, que me abraçando carinhosamente promovem internamente uma fonte sempre pura e límpida deste amor universal.

         Através da oralidade esse amor pode ser expresso, mas nunca será fidedigno de sua real intensidade interna. Através da escrita podemos tentar passar uma ideia dele, jamais sua alma.

         Então, que todos nós, seres amorosos pelo DNA divino que herdamos, devemos exercitar o amor, expressar o amor, escrever o amor, compartilhar o amor para que imantados de amor o tempo todo e em qualquer lugar, possamos nos dissolver no amor, pois só a comunhão com esta energia primordial, nos aproximará cada vez mais do que realmente somos: amor em forma humana.

*        É escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)


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