Por Flávio Rezende*
* É escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)
Em Natal, a bela cidade onde moro, as autoridades interditaram um importante viaduto e a decisão já passa de um ano, causando muitos transtornos para várias pessoas que necessitam dele em seus deslocamentos diários.
Laudos e mais laudos são exigidos, desculpas amarelas são dadas, dinheiro público escoa pela vala da incompetência, serviços começam e param e o tempo passa e o viaduto não é liberado para usufruto da população em geral.
Diante de tudo isso, um determinado veículo de comunicação não dá moleza e estampa o assunto constantemente, apressando a solução e encurtando a eternidade da interdição.
Quando esse equipamento for um dia posto à disposição da coletividade, este veículo terá tido importante papel em todo o processo, pois, não sendo ele um eterno cobrador, só Deus sabe se esse viaduto seria reaberto um dia novamente.
A imprensa, regra quase geral, tem sido o mais importante vereador, deputado, senador e presidente neste Brasil de problemas diversos, valendo muito mais que casas legislativas de todos os tipos e investigando melhor que todas as polícias juntas.
É recorrendo a imprensa que o cidadão comum resolve o buraco em sua rua, a falta de água, vê o crime ser solucionado, a injustiça corrigida e descobre as falcatruas em geral.
Deixando de lado questões ideológicas, quando a imprensa joga luz sob determinados assuntos, eles como num passe de mágica mobilizam autoridades e as soluções surgem instantaneamente.
Diante do exposto e julgando praticamente pífia a atuação da maior parte dos parlamentos em todos os níveis, repletos de obesos consumidores de recursos públicos em tenebrosas transações, sugiro uma drástica redução no número destes representantes, elegendo a imprensa num regime de gestão compartilhada, para a solução das agruras que nos afligem.
Um conselho formado por jornalistas, donos dos veículos de comunicação, autoridades e políticos, definiriam quais problemas seriam atacados ai, a imprensa, jogaria luz sobre o assunto promovendo com seu eficaz poder de mobilização, a solução quase imediata.
Na situação em que estamos, com muita lentidão nas soluções, baderna, quebra-quebra, criminalidade astronômica, corrupção epidêmica e PAC em ritmo de cágado, ficamos tão desorientados que somos tentados a buscar doidices, como esta, para ver se num surto, acendemos a luz do manicômio.
* É escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)
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