Armando Negreiros
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Pergunto ao caro leitor: com qual desses três itens é mais fácil enganar o povo? Venho refletindo sobre o assunto há muito e até agora não tenho uma resposta satisfatória, a não ser a do empate técnico. Alguns fatos recentes nos ajudam a raciocinar. Comecemos pelo dinheiro. Apesar dos famosos “contos do vigário”, observamos que toda vez que um incauto é enganado, ele estava querendo levar vantagem. Mas, enganar em Nova Iorque, em Wall Street? Pois foi o que aconteceu com o banqueiro Bernard Lawrence "Bernie" Madoff, 73 anos, que fundou em 1960 uma sociedade de investimento com o seu nome, uma das maiores de Wall Street. Madoff foi uma das principais figuras da filantropia judaica.Em dezembro de 2008 Madoff foi detido pelo FBI e acusado de fraude no valor de 65 bilhões de dólares (111 bilhões de reais), considerada uma das maiores fraudes financeiras levadas a cabo por uma só pessoa. Madoff, com fama de filantropo, não só enganou entidades bancárias e grupos de investimento. Também são vítimas da sua fraude fundações e organizações caritativas. Usando um esquema de pirâmide (semelhante à famosa “corrente”) enganou grupos financeiros como o Santander (2,87 bilhões de dólares) e o HSBC (1 bilhão de dólares), para citar apenas dois conhecidos nossos.
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Com a política não precisamos perder muito tempo. Não podemos nos deter nas ditaduras, Stalin, Generalíssimo Franco, Getúlio Vargas, Fidel Castro, Hugo Chavez, pois nos são impostas. Mas, temos observado ao longo da história políticos que enganaram muitos, durante muito tempo, Napoleão, Hitler, Mussolini. Vejam a popularidade de Lula: manteve o plano de estabilidade econômica traçado por FHC e mudou o nome de alguns programas sociais,também do governo FHC. Infelizmente o povo acredita que ele criou alguma coisa. Mas, como dizia Winston Churchill "A democracia é a pior forma de governo, exceto todas as outras que têm sido tentadas de tempos em tempos." E não é só o povão que é enganado, dois prêmios Nobel de literatura, o português José Saramago e o colombiano Gabriel Garcia Marquez apóiam esses pseudocomunistas tupiniquins e ultrapassados. “Quanto maior for a mentira, mais pessoas acreditarão nela” (Hitler, por experiência própria).
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Agora vamos pisar num terreno mais melindroso... delicado, escrupuloso, isento de malícia e ao mesmo tempo difícil, complicado, árduo, muito suscetível. A ciência. A soma dos conhecimentos humanos considerados em conjunto. Existiria fraude em trabalho científico, alimentada pela fogueira das vaidades?
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Lembremos a polêmica entre o americano Robert Gallo e o francês Luc Montagnier entre 1983 e 1984: Montagnier teria sido o primeiro a isolar o vírus HIV e enviado amostras para Gallo. A partir disso, o norte-americano teria descoberto que aquele vírus era o causador da Aids, a doença desconhecida que alarmava o mundo na primeira metade da década de 80. A história, ainda nebulosa, terminou apenas na década seguinte, após um acordo entre os governos dos dois países.
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Imaginem agora, meus caros amigos, se concentrarmos na mesma pessoa, a capacidade de arrecadar muito dinheiro (projeto de dois bilhões de reais) em prol da ciência; publicar carta de um presidente em revista científica - Lula na revista Scientific American (a primeira vez em cento e vinte anos); criticar acidamente governadores e prefeitos, colocando notas humilhantes; ser várias vezes indicado para o Nobel de Medicina; criar um currículo para educação científica que beneficiará um milhão de crianças; escolher uma cidade do interior do nordeste, Macaíba, no Rio Grande do Norte, onde, segundo a revista Veja, ainda se pratica o escambo, para ser a Capital Científica do Mundo; garantir que suas pesquisas irão controlar doenças como Parkinson e Alzheimer; prever que seus estudos farão um menino brasileiro quadriplégico, com uma veste robótica comandada pelo próprio cérebro, subir andando o túnel do Maracanã, para dar o pontapé inicial da copa do mundo de 2014; ser várias vezes motivo de reportagem em revistas e jornais de circulação nacional e ainda reclamar da mídia brasileira por ignorá-lo, enquanto no exterior é reconhecido, publicado e cortejado...
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Não estamos diante de um candidato a Nobel de Medicina. Estamos diante de um gênio, desses que só aparecem de 509 em 509 anos, desde Leonardo da Vinci (1452-1519)...
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