Por Flávio Rezende*
Todos nós sabemos o quanto é bom os benefícios que as coisas modernas proporcionam. Lentamente o homem está deixando de sentir dor, de precisar andar muito, de viver pouco e, começamos a receber informações que em breve não vamos precisar mais verbalizar as coisas, nem comer, nem ficaremos com órgãos doentes e nem membros quebrados ou paralisados.
Pesquisas recentes apontam no sentido de tornar o homem um híbrido com máquinas, chip já é realidade dentro e fora da gente e, a nanotecnologia começa a tomar nosso corpo como cobaia e, já deve ter por ai, pequeninas maquininhas fazendo um tour por nossas avenidas sempre avermelhadas.
O que pode ter de negativo nisso tudo? A reflexão que faço é que, chegará o dia em que a réplica perfeita de um cérebro humano vai ser feita, contendo a engenhoca todas as condições de dotar uma máquina com as mesmas funções que, até onde sabemos só nós possuímos.
Uma vez instalada uma tecnologia dessas numa máquina, a mesma passará a ter inteligência não mais artificial e sim natural, podendo tomar decisões que, caminhe em direção à eliminação do seu criador.
Com capacidade suficiente para se replicar e sem a barreira de questões éticas e nem religiosas, uma vez que as máquinas não possuirão a cultura e nem o DNA que estes itens têm na raça humana, as máquinas poderão se rebelar contra nosso presumível comando e, passar a nos destruir para que sozinhas, possam exercer suas atividades da maneira que desejem.
Apesar das facilidades relatadas no início deste texto, sabemos que a dor nos ensina, proporcionando a muitos o devido crescimento espiritual, pois pedagógica que é geralmente deixa algum caminho a ser refeito.
Apesar da comodidade dos veículos e meios de transporte inventados, a falta do caminhar tem ocasionado uma série de problemas de saúde, especialmente a obesidade e as taxas alteradas que tanto conhecemos.
Mesmo sabendo ser bom viver bastante, fica claro que a vida acontece de maneira correta dentro de uma cronologia sabiamente estabelecida, viver muito mais cria uma série de situações desagradáveis, pois as gerações mudam seus costumes, o espírito fica cansado a despeito do corpo recauchutado ou não e, ninguém em sã consciência fica feliz em passar tanto tempo encarnado.
Gosto dos avanços da tecnologia e sei que eles estão criando muitas facilidades e alegrias, mas, mesmo sendo um otimista juramentado, visualizo que no futuro, as máquinas com poderes humanos que estamos criando, serão as rebeldes que determinarão a mudança de nossa espécie deste planeta para outro.
Quem sabe em nova moradia, com as lições do passado e as cicatrizes das nossas inconsequências, possamos finalmente evoluir para termos as maravilhas do avanço tecnológico aliado às necessidades da correta postura espiritual, posto que, cheios de benefícios materiais, ainda sentimos ódio, inveja, matamos uns aos outros, somos indiferentes, bélicos e só conhecemos o amor que os mestres tanto falam, em poesias, textos, cartões de datas festivas e na oralidade.
O amor que é real para os iluminados não é um amor carnal, possessivo, teórico, é universal e só será conhecido de fato para quem o vivenciar, na percepção da unidade na diversidade e no entendimento que o fundir dos valores humanos, forjado no big-bang da vida plena, é o UM tão necessário a nossa sobrevivência cósmica.
*É escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)
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