Eduardo Alexandre / Jornalista
"A população precisa tomar conhecimento que peritos devidamente identificados visitarão suas residências no determinado raio de ação, verificando o estado da construção antes da implosão do estádio." Demétrio Torres
O cara, em sua santa tranqüilidade, do lar já é puto com o ruge-ruge dos dias de grandes jogos no entorno do Machadão, trânsito louco a tirar sua paciência para chegar ou sair de casa, mais os terríveis dias de Carnatal, quando tem que se mudar para bem longe para ter sossego naqueles dias; sua residência ilhada; enxurrada de marginais a mais a circular pelo pedaço; seu direito de ir-e-vir desapropriado pela Destaque sob a complacente sela do Burro Elétrico; vem Demétrio e bate-lhe a porta, educamente:
- Bom dia! Estamos aqui para verificar as condições físicas de sua casa, porque vamos realizar uma explosão aí em frente e queremos saber como ela está para ressarcir possíveis prejuízos decorrentes.
Claro que o caboclo vai fechar a cara e vai dizer que não está satisfeito com a estória. Pensa no poeiral que a explosão vai deixar sobre plantas, jardins, telhado, terraços, móveis, salas, quartos, baheiros, cozinha e copa, até em cachorros e gatos da casa, e diz:
- Não, não vou permitir a inspeção nem ninguém me tira de casa no dia da implosão.
Aí, como é que fica? Demétrio, claro, vai botar a polícia pra cima.
Só que, antes disso, vai precisar de ação judicial. Quanto tempo vai rolar o quiproquó?
Para Demétrio, é tudo fácil e dentro dos prazos: tudo vai dar certo e o Machadão que vá às favas. Ele está levando o $eu para levar a tarefa adiante e sua opinião não serve de nada, não vale de nada: vai descer a marreta!
De minha parte, quero ver como vai ficar o imbróglio se a população adjacente se recusar a participar do urbanicídio.
Tu vais sair, Geraldo?
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