Jornalista
paulo.correia@r7.com
No dia 15 de fevereiro, a prefeita de Natal, Micarla de Sousa, leu na Câmara Municipal a sua última mensagem ao Legislativo da cidade. Depois de quatro anos, a jovem administradora deixa a Prefeitura no último dia de 2012. Se vai tentar a reeleição? Somente ela poderá dizer e isso ficou para o mês de maio.
Lendo as matérias sobre a mensagem de Micarla em jornais e blogs de política, mais uma vez observei o velho e podre artifício das claques contratadas nos confins da cidade, a preços módicos, para se esgoelaram em nome do gestor da ocasião.
Em fevereiro de 2012, o contrato é fechado com a promessa de um copinho de suco e pão recheado com mortadela. Uma patifaria que todo brasileiro deveria denunciar aos órgãos responsáveis, logo após ouvir esse tipo de proposta. Uma atitude sem futuro que todo gestor sério deveria combater ao máximo.
É de fazer chorar esse tipo de notícia. Suco e pão com mortadela para gritar inverdades. Gritar que isso e aquilo foi feito na sua rua e saber que é mentira. Meu Deus, quando acordaremos e descobriremos que somos governados pelos mesmos homens e mulheres há séculos?
Até quando esse tipo de teatro dos horrores existirá em nossa Nação? Até quando essas baboseiras serão aceitas pelo povo? Será que nunca seremos uma sociedade adulta, e sim um bando de adolescentes abobados soltos na Disney que riem de qualquer porcaria? Seremos eternamente massa de manobra de um lado ou de outro do poder? Seremos coadjuvantes até a morte?
Lanço esse desabafo não somente para criticar o gesto da claque micarlista. Quem dera que fosse somente essa administração que utilizasse esse artifício entupido de mofo. Não é. Micarla de Sousa, pelos seus erros como gestora, já está de saída. É carta fora do baralho. O que me preocupa é o dia seguinte. Quem vem depois dela.
Ou pensamos seriamente em nossa política ou seremos eternamente bombardeados com esse festival de sandices. E veremos os nossos filhos e netos trabalhando em subempregos ou pendurados na saia de uma dita liderança.
Vamos acordar!
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