Hoje decidi caminhar pelo calçadão da bela praia de Ponta Negra e aproveitar o calor solar e a fantástica visão da natureza naquele aprazível lugar.
Ao chegar ao fim do calçadão observo um senhor beirando os 60 anos com olhar estranho, enfronhando sua mão por dentro do calção de praia e lançando um olhar muito esquisito em minha direção.
Senti logo uma energia negativa no ar, dei meia volta e fiquei refletindo sobre a questão da sexualidade, lembrando que sua verdadeira natureza é a procriação do ser humano e que a utilização correta do ato sexual, deveria seguir um roteiro de amor e de carinho, tornando todo o processo divino e maravilhoso.
Essa sexualidade muito defendida e praticada em todos os tempos, de todas as formas e de todas as maneiras, me parece um pouco estranha e, ao pensar em revelar isso nos escritos que produzo logo me veio à mente, os ataques que sofreria, principalmente dos que me rotulariam de moralista.
Ai fiquei pensando o quanto as pessoas que se animam a defender alguns posicionamentos ditos moralistas em todas as áreas, sofrem ataques dos que pensam diferente e, são perseguidos e atacados, muitas vezes até mortalmente.
Vejamos Jesus. Ele se posicionou contra hábitos, leis, posições e situações diversas do seu tempo, atraindo a ira e a mira até dos seus pares. O resultado já sabemos.
Recordemos Gandhi, Martin Luther King, Chico Mendes e tantos outros que, ao defenderem coisas certas como a paz, a independência nacional e a defesa do meio ambiente, atraíram a ira e a mira e desapareceram em termos carnais para se eternizarem historicamente em nosso planeta.
Além da atração dos opositores encarnados que buscam a aniquilação moral e até física dos defensores das boas causas, existe no mundo invisível, intensa movimentação para destruir estes ícones que ousam falar e tornar público o correto e o ético, pelo menos no aspecto do senso comum.
Claro que vão surgir vozes discordantes que podem dizer que toda sexualidade vale a pena e deve ser exercida sem preconceitos. Claro que tem aqueles que consideram a busca pela paz uma utopia e acredita que é através das guerras que conseguimos evoluir. Tem ainda os que acreditam ser a moralidade uma grande falácia e que cada qual tem o livre arbítrio para fazer o que quiser.
Bem, realmente somos livres para fazer o que quiser, mas também reivindico o direito de achar que o gesto do senhor em manipular sua pemba em ambiente público, não seja algo revelador de uma sexualidade sensata e equilibrada.
E sendo livre para expressar minha opinião sobre assuntos diversos, confesso que a despeito da defesa do que acho certo atrair iras e até possíveis miras, continuarei a divulgar e a revelar o que julgo ser o certo, o justo e o ético, pois, esse mundo dito muito moderno, pode ser um mundo a caminho da barbárie e, neste umbral, prefiro estar como socorrista e, nunca, como integrante.
Salve os bons que não se intimidam com iras e miras e seguem firmes na defesa de suas humanitárias e sensatas posições.
* É escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)
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