segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Drama seridoense: Produtores de queijos artesanais pedem socorro



Ninguém precisa ser professor de história para saber que o queijo de Caicó é uma tradição que se perpetua desde os primeiros anos do povoamento da região, uma condição pertinente à atividade agropecuária como base econômica firmada em torno da cultura do gado, nascida com o sertanejo seridoense. Nem por isso tem sido suficiente, nos dias de hoje, para que esse mesmo produto, reconhecido mundo afora, seja aceito em sua totalidade no mercado de consumo.

O fato é que os pequenos e médios produtores de queijo artesanal e seus derivados, especialmente de Caicó, que dá nome à sua qualidade, estão enfrentando uma situação nunca vivida antes – sem falar na crise por falta de incentivos financeiros –, por causa da legislação em vigor que determina a fiscalização da produção e a comercialização dos queijos artesanais que terão de ser refrigerados, rotulados e ter o selo de inspeção.

O debate em torno dessa questão vem desde antes da publicação, no ano passado, do decreto estadual (nº 20.640, de 25/07/2008) que deu um prazo de dois anos para que estes produtores adequem suas instalações e procedimentos ao regulamento pela lei estadual (nº 9.067), publicada no mesmo ano, que trata sobre a agroindústria familiar, comunitária ou artesanal de produtos de origem animal no estado do RN.

O que se constata, principalmente no mercado da capital potiguar, maior destino do produto, com a fiscalização imposta o queijo passou a ser boicotado pelo consumidor comum e, pior, pelos próprios representantes dos seguimentos de atacadistas e varejistas de supermercados, exigindo a rotulação com o selo de inspeção e o armazenamento refrigerado, o que não tem sido fácil para o homem do campo que vive dessa atividade para o sustento da família.

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