segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Cartão afiado

Paulo Correia
Jornalista
ph-correia@uol.com.br


Segundo informações divulgadas pelo Banco Central na terça-feira, dia 26 de janeiro, o uso sem controle dos cartões de crédito em 2009 acarretou no bolso do usuário brasileiro uma divida 20% maior que em 2008. Os dados do BC informam que em dezembro o endividamento através da moeda de plástico acumulou um volume inédito de R$ 26,3 bilhões. Números que exibem um quadro do acesso fácil a bens de consumo, mas que também mostra a total falta de cuidados com a educação financeira.

O uso do chamado dinheiro de plástico deu um salto nos últimos 30 anos no Brasil que atingiu em cheio os consumidores. Uma forma ágil e segura de pagar as inúmeras contas do dia a dia, mas que sem o devido controle, passa a ser uma faca afiada apontada para as finanças da família.

E com todas as facilidades apresentadas pelas operadoras desses produtos, o brasileiro foi se aventurando a pagar grande parte de suas dívidas com os cartões, mas esqueceu que o pagamento mínimo de faturas, e principalmente os juros cobrados são de deixar muito agiota de cabelo em pé.

É inegável a comodidade dos cartões de crédito, e também o fogo por compras que dá na cabeça do cidadão no momento em que ele tem um desses brinquedos em mão. Uma compra aqui, outra mais a frente, e quando o bom funcionário vê, está mais liso que bunda de bebê.

Se o leitor amigo se encontra na situação de não poder mais com os cartões, é melhor se livrar de uns, ou se já tiver com a corda no pescoço de prestações atrasadas, o melhor é tentar um acordo com a administradora do cartão e renegociar essas parcelas. Sem essas medidas, o jeito é ficar eternamente preso nessa engrenagem perigosa do mundo capitalista.

É isso, boas compras. Mas com sabedoria e cuidados redobrados.

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