segunda-feira, 31 de maio de 2010

Caso PC Farias:14 anos de mistério

Paulo Correia
Jornalista
Ph-correia@uol.com.br

Agora em junho, um dos maiores enigmas da política brasileira completa 14 anos de indefinição: O caso PC Farias. Na distante noite de sábado, dia 22 de junho de 1996, Paulo César Farias, um dos homens mais importantes da administração do ex-presidente Fernando Collor de Mello, morreu fulminado por um tiro de revólver, calibre 38, disparado contra o seu peito. Uma outra vitima, Suzana Marcolino, namorada de PC, também perderia sua vida naquela noite, no mesmo local onde tombou o tesoureiro de campanha de Collor de Mello. Daquele dia para cá, muitas histórias, conspirações e mistérios rondam o famoso caso do homem que sabia demais sobre os lados escuros do primeiro governo eleito pelo voto livre depois da ditadura militar.

Antes daquele dia, vários fatos concretos apontavam para uma forte ligação de Paulo César com mafiosos italianos. Homens que comandavam o tráfico de drogas e armas nas regiões da Sicilia e da Calábria. Homens que tinham todo o interesse em colaborar com a corrupção de políticos e autoridades policiais no Brasil, para que com isso, seus “produtos” pudessem passar tranquilos por nossos portos e fronteiras. E ninguém mais influente nos bastidores do governo Collor que PC Farias.

Fora todas as falcatruas do então presidente e seu staff nas rédeas de um país, o chamado esquema PC arrecadou quase US$ 1 bilhão durante a vitoriosa campanha de 1989 e o impeachment de Fernando Collor, em dezembro de 1992. Dinheiro que partiu de doações de importantes empresários, industriais e comerciantes de todo o Brasil para uma maratona que colocaria o jovem Fernando Collor de Mello na cadeira de presidente e que dava poderes inimagináveis para o esperto Paulo César que, com toda a sua lábia, fazia com que esses doadores pensassem que podiam obter boas vantagens do Palácio do Planalto.

Em junho de 1993, com o castelo de Collor já derrubado, e com investigações pipocando em Brasília contra PC, o ex-tesoureiro resolve fugir. Um dia antes de ter a sua prisão decretada pela Justiça, Paulo César foge do Brasil com destino ignorado. Em novembro daquele ano é preso por agentes da Polícia Federal em Bangkok, na Tailândia. Uma dor de cabeça que poderia afetar a muitos.

Em dezembro de 1995, depois de cumprir dois, dos sete anos a que havia sido condenado, foi posto em liberdade condicional. Na cadeia, Paulo César conhece Suzana Marcolino, uma moça 24 anos mais nova que ele, dona de um belo corpo, morena e que mexeu logo de início com a velha raposa alagoana. Sexo, mais um forte ingrediente para a novela policialesca que explodiria alguns meses depois.

Em 22 de junho a história tem seu fim.

Para os que acreditam que as mortes foram obra do amor passional, os dados apresentados pela Secretaria de Segurança de Alagoas e pelo legista Fortunato Badan Palhares estão ai, já publicadas a exaustão pela mídia. Para os que crêem em outras versões, como queima de arquivo, as teorias para esses pontos também já foram lançadas no ar.

E aí caro leitor, qual é a terrível verdade desse caso, e qual o fim da grana alta somada por PC Farias durante os anos de 1989 e 1992?

Alguém responde?

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