segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Estudantes conhecem experiências bem sucedidas na fruticultura

Numa aula de campo realizada no último sábado, os estudantes do curso de Agronomia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, tiveram a oportunidade de conhecer experiências bem sucedidas na fruticultura irrigada na região do semiárido, nos municípios de Baraúnas, no Rio Grande do Norte, e no Distrito de Tomé, entre os municípios de Quixeré e Limoeiro do Norte, no Ceará.
Durante a aula de campo, o professor da disciplina Introdução a Agronomia, Josivan Barbosa, explicou para os futuros agrônomos o potencial da Chapada do Apodi para a fruticultura irrigada, em virtude de se encontrar entre os Vales Jaguaribe, Apodi-Mossoró e Piranhas-Açú. Segundo o professor, o Rio Jaguaribe que já foi considerado o maior rio seco do mundo, teve essa realidade modificada com a construção da Barragem do Castanhão, beneficiando desta forma a agricultura irrigada.



“Uma das pioneiras a se instalar nessa área, a Del Monte, chegou a ser a terceira maior produtora de melão no país, chegando a marca dos 1.200 hectares com a plantação da fruta”, afirmou. A empresa desativou a sua produção no ano passado, após quase dez anos de intensa produção na Del Monte Melão.



A experiência da Del Monte na região da Chapada do Apodi despertou o interesse de outros produtores. Um exemplo de sucesso é o engenheiro agrônomo Wilson Galdino, proprietário da W. G. Fruticultura, que vem se destacando com a produção de mamão, melão, banana e goiaba. Descendente de família de produtores rurais do município de Tenente Ananias, no Rio Grande do Norte, Wilson Galdino é formado pela antiga ESAM, hoje Universidade Federal Rural do Semi-Árido, onde atua também com servidor de carreira.



A experiência de Wilson Galdino com a fruticultura começou no início da década de 80, ao assumir na ESAM, uma unidade demonstrativa voltada para mostrar a viabilidade da fruticultura para produtores da região. “Com o apoio do CNPq a pesquisa tinha como proposta a variedade de culturas na fruticultura irrigada”, lembrou.



“É fundamental que o produtor pense em quem vai consumir”, disse Wilson Galdino aos estudantes. Outro conselho do produtor é que se agregue valor ao produtor para que se alcance um melhor preço no mercado. A logística, a fidelidade na entrega e o atendimento aos clientes são pontos considerados importantes para o sucesso de quem atua no ramo da fruticultura.



Além do mamão, banana e o melão, a W. G. Fruticultura vem se destacando com a produção de goiaba que segundo o próprio produtor tem sido uma “cultura bastante interessante para a região”. Voltado para o mercado interno, a produção de goiaba atinge 36 hectares , chegando a 1.400 kg da fruta por semana. A área de goiaba é a primeira da W. G. Fruticultura.



MAMÃO – Sendo o maior produtor de mamão na área de atuação da UFERSA, a W. G. Fruticultura dispõe de 11 áreas com fruticultura irrigada, ocupando o mamão 500 hectares . A Frunorte, na sua fase áurea, chegou a cultivar 400 hectares . O mamão produzido no município de Baraúnas, no Rio Grande do Norte, é do tipo formosa, que é mais resistente ao clima.



Atualmente, Wilson Galdino, desenvolve pesquisa para produção do mamão papaia que tem melhor preço, três vezes mais que o mamão formosa, e também melhor aceitação no mercado externo. A cultura do mamão papaia chegou ao Rio Grande do Norte por empresas capixabas que se instalaram nos municípios de Ceará-Mirim, Macaíba, Touros e Santa Luzia chegando a produzir 1.500 hectares .



Segundo o engenheiro agrônomo, Alexandre Hanazaki, com mais 20 anos de experiência com a cultura do mamão, a queda do dólar e a especulação imobiliária foram fatores determinantes para queda da produção do mamão papaia no litoral. “A queda do dólar quebrou os produtores”, justificou o engenheiro Hanazaki, adiantando ainda que enquanto o preço do hectares para produção agrícola é em torno de R $ 3 mil, a especulação imobiliária paga R$ 30 mil.



O agrônomo da W. G Fruticultura disse ainda que a fertilidade do solo e a água em baixa profundidade têm contribuído para o desenvolvimento da fruticultura irrigada no município de Baraúnas. “Não tenho dúvida em afirmar que esse solo é um dos melhores do país”. Alexandre Hanazaki disse ainda aos estudantes que apesar da região de Baraúnas ser pequena, o município tem grande potencial para a fruticultura, inclusive, com muita coisa ainda a ser descoberta.

A pesquisa, segundo o agrônomo, é outro potencial da região. “As plantas podem ser aclimatadas por meio de manejos e experimentos genéticos como o que ocorre com a soja, o café, a laranja, entre outras culturas”, afirmou. Hoje, um dos desafios da W. G Fruticultura é colocar no mercado a variedade do mamão papaia havaí Baraúna.

Nenhum comentário:

Postar um comentário