"Muitas empresas estão trocando o Rio Grande do Norte pelo Ceará por falta de incentivos fiscais ", desabafou o presidente da Federação dos Agricultura e Pecuária (FAERN), José Vieira, durante o debate promovido pela entidade com os candidatos a governo, nesta segunda-feira (23).
Responsáveis por 42% das exportações do Estado, os produtores rurais dizem que enquanto o governo do Ceará tenta atrair empresas, no Rio Grande do Norte, o agronegócio é tratado com descaso. " O Estado do Ceará tem visão empreendedora. Há incentivo e apoio", se queixa Vieira. No documento entregue aos candidatos, a FAERN diz que outro fator que preocupa o setor produtivo é a elevada cobrança do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) sobre serviços essenciais para a produção. Além disso, o setor primário sente-se desestimulado pela infraestututra logística, considerada um dos principais entraves para o escoamento da produção agropecuária, reduzindo a competitividade dos produtos.No RN, apontam os produtores, a deficiência em infraestrutura é agravada devido à precariedade das estradas vicinais e rodovias. Também há limitação da capacidade aeroportuária, e inexistência da malha ferroviária para escoamento da produção. "A quase totalidade de nossa exportação via marítima é feita através dos portos de Pecém (CE), Suape (PE) e Cabedelo (PB), encarecendo significativamente os custos e gerando riquezas para os estados vizinhos, em detrimento do Rio Grande do Norte", lamenta a Federação.
A falta de apoio não atinge apenas os grandes e médios empresários, o pequeno produtor também sofre pela ausência de investimentos. O empobrecimento do campo é visível e crescente. "A Educação está em total abandono. O programa Minha Casa, Minha Vida não chegou à zona rural. Faltam cultura, saúde, segurança...", afirma o presidente da FAEN.
A candidata ao governo, Rosalba Ciarlini, considera que o apoio aos produtores rurais é uma questão de vontade política, considerando inadmissível que o RN esteja perdendo empresas por falta de incentivos fiscais. "Vou trocar imposto por emprego", reafirmou Rosalba.
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