quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

“Barrigada” coletiva

Leonardo Sodré
Editor

Neste primeiro dia de fevereiro de 2012 a maioria dos jornais, sites e blogs de Natal e alguns do interior noticiaram a morte do pesquisador e folclorista Deífilo Gurgel, internado há alguns dias na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital PAPI. Deífilo está vivo, e apesar de estar em estado considerado grave, na manhã desta quinta-feira, 02, foram observadas pequenas melhoras em órgãos que teimavam em não funcionar.

Atribuí-se a notícia da morte do folclorista a pressa de algum repórter que obteve a informação emocional de alguém ligado a ele e que não teve o devido cuidado de seguir a prescrição mais importante da receita do jornalista: checar a notícia.

Depois, a notícia da morte de Deífilo Gurgel se espalhou pela Internet numa rapidez impressionante. Tão rápida que a prefeita de Natal, Micarla de Souza, atenta a esses instantes emocionais, divulgou nota numa rapidez de bólido. Outras instituições, como a Fundação José Augusto, também estavam na dianteira da emoção, divulgando notas.

Ainda na quarta-feira, 01, à noite, data da suposta “morte” de Deífilo, me encontro com o músico Mário Henrique de Faria. Já desceu do seu possante Jeep 1953 sorrindo:

- Léo, Deífilo está vivinho da Silva. Quando soube da notícia fui ao hospital checar a notícia e ele estava vivo. Em estado grave, é claro, mas vivo.

O músico fez o que os repórteres deveriam ter feito.

De qualquer forma a “barrigada” coletiva terminou criando um novo folclore para Natal, que mata seus folcloristas com antecedência. Tomara que Deífilo supere a doença e dê boas risadas vendo as manchetes de sua morte.

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