“O que não foi feito é o que importa fazer” (Enilson Medeiros)
Por Leonardo Sodré
Da Agência Ecoar de Notícias
Embora não tenha despertado o interesse de alguns prefeitos das dez cidades que compõem a Região Metropolitana de Natal (RMN), entre eles a prefeita de Natal, Micarla de Sousa, o 1º Fórum Gestão Metropolitana de Natal despertou grande interesse de vários segmentos da sociedade de Natal e das outras cidades envolvidas, fazendo com que o Salão de Eventos da Assembleia Legislativa ficasse completamente lotado, inclusive com pessoas de pé.
Durante a abertura dos trabalhos o deputado Hermano Morais, presidente do evento, afirmou enfático que a RMN estava relegada a um segundo plano. “Embora a RMN abrigue 43% da população do RN, está paralisada e inerte em ações que possam melhorar a vida e buscar iniciativas de desenvolvimento”, constatou o peemedebista, acrescentando que o poder público estava desatento.
Ausência
“Não estou vendo nenhum representante do Governo do Estado e registro isso como um descaso. Registro, também, o meu protesto neste momento em que precisamos de políticas públicas em prol da RMN”, reclamou Hermano Morais, que depois foi avisado que Karina Maia, da Secretaria de Planejamento do Governo havia chegado com a missão de representar a governadora Rosalba Ciarlini. Nesse ponto o parlamentar se desculpou pelo registro da ausência, mas continuou célere na colocação de suas preocupações pela omissão do governo estadual.
Hermano também lembrou que a servidora Karina Morais não tinha equipe e tampouco condições de trabalho para coordenar ações em benefício da RMN, lembrando também que os convites para participação de autoridades públicas envolvidas com a questão foram enviados com bastante antecedência, sendo que a organização do evento foi iniciada há mais de um mês.
“O povo sente necessidade de ver seus problemas resolvidos”, continuou o parlamentar. “Observem que o Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Natal não se reúne há três anos e isso significa como já disse antes, um descaso”, registrou. “São muitos os desafios. Falta saneamento, saúde, segurança, escolas sucateadas, falta de mobilidade, entre outros tantos”, lembrou. “Na Câmara Municipal de Natal, criamos o Parlamento Comum da Região Metropolitana de Natal em busca de respostas e o PCRMN tem tido muitas iniciativas, mas, sem muitos resultados”, lamentou. “Os problemas vêm se avolumando e se não existir uma união de esforços a situação ficará cada dia mais difícil”, advertiu Hermano Morais.
Números
“O fato concreto é que diante do extraordinário trabalho dos técnicos da UFRN, por meio do Observatório das Metrópoles, temos todos os números e diagnósticos, mas jamais eles foram aproveitados pelo poder público”, denunciou. “Precisamos tomar atitudes e dar respostas à sociedade. O povo quer iniciativas de desenvolvimento”, concluiu o parlamentar.
O prefeito de Parnamirim, Maurício Marques, lembrou que o seu município era o terceiro maior do RN e que foi a cidade que mais cresceu nos últimos dez anos. “Estamos, com recursos próprios e do Governo Federal, sanando questões como saneamento, segurança, saúde, déficit habitacional, entre outros. Para o prefeito de São Gonçalo do Amarante, Jaime Calado os problemas são antigos e novos. “Problemas que nenhuma prefeitura sozinha conseguirá resolver”, afirmou, lembrando das demandas que irão surgir em função da construção do Aeroporto Internacional de São Gonçalo e a Copa do Mundo de 2014, que será sediada em Natal. “Esses dois fatos exigem urgência nas medidas para o crescimento da cidade”, lembrou.
O vereador George Câmara, considerado um defensor histórico de iniciativas em prol da RMN, disse que a gestão da RMN tratava-se de um grande desafio. “O que preocupa não é o prefeito pouco se interessar e sim a sociedade não cobrar dele; as ruas estão livres para as cobranças”, conclamou, finalizando. O engenheiro Enilson Medeiros disse que a UFRN se sente responsável também pela RMN. “Desde a sua criação participamos da RMN. É importante salientar que não se trata de um ajuntamento de municípios. Temos que entender que isso é uma construção política e que no fundo o problema é a cidade porque precisamos definir o que é urbano e municipal. O problema da cidade não é somente municipal. As pessoas vivem nas cidades, onde os problemas têm que ser gerenciados. O que não foi feito é o que importa fazer”, concluiu.
RMN
A Região Metropolitana de Natal é composta pela capital e os municípios de Ceará - Mirim, Extremoz, Macaíba, Monte Alegre, Nísia Floresta, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, São José do Mipibu e Vera Cruz, com população total de 1.351.004, conforme o senso de 2010.
Foto: Divulgação
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