segunda-feira, 23 de abril de 2012

Um romance policial inusitado


Paulo Correia
Jornalista
paulo.correia@r7.com


Nesses últimos dias tenho me dedicado a prazerosa leitura de “Fábrica de diplomas”, livro do jornalista e professor da Universidade Federal Fluminense, Felipe Pena. Na obra, lançada em 2008 com outro título e relançada em 2011 pela Editora Record, é exibida a trajetória da fictícia Universidade Bartolomeu Dias. Encravada no meio da Tijuca e vizinha do morro do Borel, a instituição de ensino, particular, é o local onde se passa toda a história de um assassinato e os personagens envolvidos nessa trama policialesca nada comum.
Na publicação, a personagem Adriana Maia, aluna de Farmácia da Bartolomeu Dias, é baleada nas dependências da universidade depois de correr pelos becos do Borel com um misterioso papel em suas mãos e letras de Funk na cabeça. Para investigar o caso, é designado não um policial, mas o professor de Psicologia da universidade: Antonio Pastoriza.
No meio dessa investigação, Pastoriza reencontra uma ex-namorada, envolve-se numa disputa pessoal com o chefe de polícia civil, e se vê no meio da guerra entre milicianos e traficantes pelo controle de uma nova droga sintética produzida no laboratório de farmácia da universidade.
Fora esses aspectos, o livro é especial por mostrar os rumos da educação no Brasil. Notadamente, da educação privada. Mais preocupada com o lucro das altas mensalidades do que a formação de seus alunos.  E é sobre esse prisma que a publicação de Felipe Pena merece uma nota boa. Juntar uma história policial e elementos da vida acadêmica foi uma jogada de mestre. E tudo aliado com uma extraordinária escrita e bom humor.
Eu não sei não, mas acredito que esse livro pode gerar futuramente um ótimo filme ou série de televisão. Afinal, ele tem todos os elementos para cativar o público fiel das histórias policiais. E com esse gancho com a realidade do ensino privado, é tiro certo para boas audiências.
Fica a dica de canto de página: Fábrica de diplomas, do jornalista e professor Felipe Pena.
Vale cada centavo!

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