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Para que possamos viver cada vez melhor em nossa amada casa, o planeta Terra, precisamos estar sempre em processo evolutivo. Diante desta necessidade, surgem muitas discussões no entorno do assunto, com uns achando que a materialidade exagerada não se constitui em evolução, uma vez que leva o ser a escravidão em torno de objetos e de posses, afastando o mais importante, sua essência espiritual da divindade.
Tem ainda aqueles que não estão interessados em espiritualidade e, querem mesmo é que mais e mais objetos sejam inventados, facilitando cada vez mais a vida do homem, ao ponto dele não precisar mais fazer quase nada a não ser apertar botões e ter acesso a um mundo de informações, entretenimento virtual, comidas em casa e, já uma realidade, sexo com bonecos e afeto com aparelhinhos diversos.
Como devemos sempre respeitar a vontade de cada um, vamos indo cada qual com sua posição. Diante desta questão e de muitas outras, temos pessoas em vários níveis. Umas que só reproduzem comportamentos e repetem opiniões alheias e, outros, com discernimento próprio e pesquisas pessoais em várias direções. A vida na Terra sempre foi assim, com pessoas de nível elevado vivendo junto com outros que são chamadas por uns de boi de presépio ou de Maria vai com as outras.
Recentemente, ao ler um estiloso e bem escrito artigo sobre Baudelaire, o realmente inspirado escritor chamou outros escritores aqui da cidade de medíocres. A palavra é pesada, mas, seu julgamento pode ser verdadeiro. Entre outros companheiros de escritos, citou meu nome, provocando reflexões em meu ser. Depois de pensar um pouco, cheguei à conclusão de que nós, os medíocres, também temos nossa importância e merecemos ocupar espaços literários e jornalísticos.
Levando em conta que a grande maioria da população não é tão avançada em termos de letramento e de aprofundamento em textos mais bem escritos, tendo certa dificuldade de compreender o pensamento daqueles mais inteligentes, cabe aos ditos medíocres exercerem seus tributos de escrevinhadores de uma maneira mais próxima da média, contribuindo assim para que muitos possam ter acesso e entendimento a reflexões diversas.
Pode ser um consolo ou a simples aplicação do "jogo do contente", aquele em que Pollyanna Whittier, uma jovem órfã utilizava como filosofia de vida, tendo sempre uma atitude otimista, encontrando algo para se estar contente, em qualquer situação. Fraco para uns e entendível e claro para outros, não devemos, nós - os medíocres - nos intimidar diante de colocações públicas de nossas fragilidades literárias, afinal, acredito que nós também somos necessários.
Flávio Rezende, escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN
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