Fernando Lins
Músico e professor
Músico e professor
Desde que nasci Lambretas, Vespas e motocicletas foram uma constante na minha numerosa família. Meu avô José Canuto no começo dos anos 1960 foi dono de uma loja de peças situada no edifício do IPASE no bairro da Ribeira.
O meu tio José Canuto Filho, participou de corridas aqui no RN e em outros estados e todos os seus irmãos e até algumas irmãs são motociclistas, inclusive meu pai Antônio Machado, foi proprietário de diversos tipos de ciclomotores e um exímio piloto.
Então eu me sinto á vontade pra dissertar sobre algo que vem causando transtornos a motoristas, transeuntes e a cidade em geral. É a modificação dos escapamentos desses ciclomotores feitas por seus proprietários, adulterando as características e especificações da fábrica, deixando a descarga livre ou aberta e com um nível de ruído bem acima do permitido por lei.
99 decibéis para motocicletas fabricadas até 31/12/1998 e a partir de 01/01/1999, máx. 3 decibéis acima do descrito no manual original do fabricante.
Com o tempo a motocicleta passou a ser chamada de moto e isso foi um divisor no trato do piloto com o veículo; chamar o motociclista que participa de algum grupo, clube ou associação de “motoqueiro” é um verdadeiro xingamento.
O motociclista cônscio do que representa a motocicleta no trânsito das cidades e nas estradas age para desfrutar da agilidade e da facilidade de sua locomoção e do prazer de pilotar em uma “highway.” Sentindo o vento no rosto e o contato direto com a natureza.
Perto de hospitais, escolas, repartições públicas e privadas e no próprio trânsito, o barulho ensurdecedor e irritante causado por motos com escapamento “aberto,” incomoda, atrapalha e causa transtorno a quem é obrigado a escuta lo.
As peripécias e manobras arriscadas feitas pelos jovens motoqueiros que culmina algumas em acidentes e quase sempre em sequelas, amputações, gastos financeiros, ocupação de leitos hospitalares e equipe médica é tão grave quanto dirigir alcoolizado.
Só no primeiro semestre de 2013 foram registrados 1502 acidentes no HWG em Natal e pasmem, 1000 foram com motos, é um assunto delicado, pois toda vez que se generaliza alguma estatística, alguns inocentes também são penalizados.
Vejo sempre no trânsito, jovens pilotando motos com o escapamento aberto, desligando e ligando a ignição, fazendo parte do combustível que não foi queimado dentro da câmara de combustão exploda ao contato com o oxigênio ao sair do escapamento aquecido.
Acredito que uma campanha para coibir essa prática de adulterar o escapamento, surtiria um efeito positivo, tanto na paz do trânsito quanto no incentivo a manobras radicais que são um prenúncio de acidentes.
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