Diretora mudou chefia do laboratório após denúncias pela falta de condições de trabalho.
O afastamento do perito farmacêutico Fabrício Fernandes da chefia do Laboratório de Análise e Pesquisas Forense do ITEP-RN vai interromper a realização de exames de DNA em corpos que aguardam identificação naquele órgão. Fabrício era responsável por levar material para análise em um laboratório na Bahia, mas, agora, a realização das perícias ficou ainda mais prejudicada, pois, mesmo com viagem autorizada pelo Gabinete Civil para o próximo mês de junho, a Direção do ITEP afastou o perito da chefia e cancelou sua ida para a realização dos exames de DNA.
Fabrício Fernandes ia à Salvador levando material genético de vítimas não identificadas, como em caso de corpos carbonizados, para que pudesse ser feito mapeamento genético e depois comparado com DNA de possíveis familiares. A última viagem realizada por ele aconteceu em maio de 2013. O perito era o intermediador com o laboratório na Bahia, devido aos seus mais de 25 anos de serviço prestado ao ITEP nas perícias laboratoriais.
A Diretoria do Sindicato recebeu com estranheza a notícia do afastamento do perito Fabrício Fernandes do cargo que exercia e acredita que o caso possa ter sido perseguição, em virtude das constantes denúncias feitas por Fabrício junto à imprensa, mostrando a realidade daquele Instituto, como falta de materiais para perícia e de médicos legistas nos plantões.
“Uma mudança que compromete o funcionamento de um setor de tamanha relevância técnica precede de uma justificativa formal plausível. A justificativa faz-se necessária afim de que se exclua a possibilidade de perseguição e retaliação ao fato de Fabrício Fernandes compor o quadro de diretores dessa séria entidade sindical”, afirma o SINPOL-RN em ofício enviado para a diretora do ITEP-RN, Raquel Taveira, solicitando uma reunião com ela.
O SINPOL-RN alerta ainda para o fato de que o ITEP-RN possui vários outros setores que possuem demanda reprimida com acúmulos de laudos, mas essa realidade não alcança o Laboratório de Análise e Pesquisa Forense por esse setor possuir uma equipe comprometida e uma gestão interna que, além de dominar todo o trabalho científico desenvolvido por aquele setor, e habilidade de liderar o grupo, também responde cumulativamente como responsável técnico por todas as perícias e laudos produzidos.
Hoje, o Rio Grande do Norte possui apenas dois peritos qualificados através de formação acadêmica e pós-graduação especifica, possuindo os mesmo o título de especialistas em Genética e Genética Forense, que têm atuado nas perícias forenses em casos complexos com elucidação através de exames de DNA, sendo estes o Elias Guilherme Lino e Fabrício Fernandes de Sá Oliveira.
Por Thyago Macedo
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