Sinto pelo atraso: a chuva
e o casaco
impedem
o apressado.
Nunca sei a hora incerta da chegada.
Muitas vezes me enredo nas teias da janela.
Nunca saio mais cedo para o trabalho.
Muitas vezes sou o último na batalha.
Refaço o jarro e jogo a água:
a flor se afoga
em gargarejos. A água revolta
a terra residual. O vaso quebrado
na ilusão da liberdade.
Desculpe-me pelo atraso: a água
escorre
as flores
ao piso.
(Pedro Du Bois, inédito)
Grato, caro Sodré, pela publicação. "Enrolado" em questões de família (minha mulher quebrou o braço) ainda não consegui mandar os livros. Mas, seguirão, com certeza. Abraços e bom final de semana. Pedro.
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