terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Exercício para alma




Yasmine Lemos
Jornalista
“Brasil manda comida pra nós, tô com fome!” Com a mistura de idiomas entre francês e português o menino haitiano gritou diante das câmeras esta frase, que me fez chorar mais uma vez diante da TV.

Já não agüentava assistir tanta desgraça, porém o que mais me doía era a situação passiva em que muitas pessoas no mundo estão: paradas, perplexas, emocionadas. Fazer o que? Ajudar. Como? Mandar um pouco de dinheiro se puder 10 reais 20, 30,50 qualquer valor multiplicado será valido.

Ouvir e assistir cenas de terror sem poder fazer nada é terrível. Confesso que todas as vezes que apareciam crianças e adultos sofrendo, soterrados, perdidos, com fome, corria para perto do meu filho, uma espécie de agonia e medo, como se um sentimento egoísta me fizesse pensar: “Que bom que você está perto de mim, aqui, longe de tudo...”, mas e as outras?

Quem é mãe de verdade, que conhece o amor incondicional vai saber do que estou falando. Não pergunto mais os porquês de determinadas coisas da vida, prefiro acreditar que a força da natureza é majestosa, impetuosa, imperdoável. O homem deve respeito . Não tenho mais dúvidas.

Nestes últimos dias depois da tragédia no Haiti, um medo do mundo me vem rodando e entrego os meus sentimentos e pensamentos ruins às outras cenas que a dor latente trouxe e que me serve de consolo. Uma união mundial, um batalhão de solidariedade humana, de inimigos políticos como Clinton e Bush, juntos em uma missão: pedir, arrecadar dinheiro para o povo haitiano. Fidel Castro abrir guarda e deixar livre o espaço aéreo de Cuba para que os aviões americanos pudessem chegar mais rápido nos locais de destruição. Sem pieguismos , não temos outra saída a não ser acreditar na solidariedade .

Que o mundo mude, melhore ,aprenda, é minha esperança única para um futuro para nossas crianças. Para nós todos.

Ser solidário é exercitar o que melhor a nossa alma possui: amar ao próximo.

“Não temos nas nossas mãos as soluções para todos os problemas do mundo, mas diante de todos os problemas do mundo, temos as nossas mãos “ (Friedrich Von Schilleros,poeta alemão)

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