segunda-feira, 30 de maio de 2011

REFLEXÕES SOBRE A CONCRETIZAÇÃO DO ATO DE FAZER O BEM


Por Flávio Rezende*

         Como a grande maioria dos meus leitores sabe, dirijo na cidade do Natal a ONG intitulada Casa do Bem. Para que uma entidade assim funcione é preciso ter um suporte financeiro. Nos últimos anos de minha existência na presente materialidade terrena, dediquei boa parte do que chamam de horas para construir este maravilhoso espaço solidário de amor ao próximo.

         O sonho foi realizado e a Casa do Bem existe de fato. Depois me esforcei e até que estou tendo êxito em dotar o equipamento com a mobília necessária para sua funcionalidade. Agora chegou a vez de obter junto aos amigos, os recursos necessários, para que somados aos que pessoalmente coloco lá, a Casa do Bem possa continuar beneficiando tantas pessoas, com ações humanitárias nas áreas da educação, cultura, esporte, lazer e alimentícia também.

       É justamente nesta parte, que acreditava ser fácil, pois o que estou pedindo através da campanha “Gente do Bem” é a simplória colaboração dos que me conhecem e acreditam que o que fazemos é importante, no valor de R$ 20, 30, 50, 100 ou o valor que for possível, através de transferência bancária, mas, o que está acontecendo, é uma total indiferença a campanha, com poucos abnegados realmente fazendo as programações mensais de ajuda.
      
        Tenho pensado muito a respeito do assunto, pois recebo e-mails, posts no facebook e no twitter de pessoas dizendo que vão ajudar ai quando olho no extrato da conta, não aparece àquela boa vontade.
         
            Muitos amigos falam maravilhas da Casa do Bem, louvam minha dedicação, acreditam que esse é o caminho certo, ai falo que estamos precisando de ajuda, mas o interlocutor não manifesta desejo de ajudar e, geralmente são pessoas que podem, pois, afinal o que é doar algum valor para uma ONG que não se envolve nem com política e nem com religião, que ajuda tanta gente, uma colaboração mensal entre R$ 20 e R$ 100 reais?

       Eu mesmo apesar de ter perdido praticamente todos os meus clientes de assessoria de imprensa pelo receio que eles têm da minha companhia, certamente temendo que eu peça algo para a Casa do Bem, colaboro não só com a Casa do Bem, mas com diversas outras entidades. Não consigo entender então por qual motivo amigos meus que ganham sempre mais que 10, 15 e uns até 20, 30 mil reais, não ajudam com algum valor?

         Tenho ou não tenho motivo para ficar reflexivo? O que engessa essas pessoas no sentido de não mover palha para finalizar o ato e programar a ajuda? Sentar no computador – o que todo mundo faz todo dia em vários momentos, entrar em sua conta e programar a transferência não leva mais que minutos.

         Vejo pessoas às vezes removendo montanhas para conseguir a cortesia do ingresso para um show, o abadá de um bloco, que prestigia aniversários, comemorações, atendem todos os convites de formaturas, batizados, festinhas de amigos, inauguração de lojas, vão para jogos de futebol, mas, fazer o bem, atender o convite, a convocação de um amigo para ajudar de maneira simplória uma causa humanitária, exigindo apenas uma sentada no computador e uma programação rápida de transferência de valores, não fazem isso.

        Não consigo entender essa dificuldade que as pessoas têm de fazer o bem. Se não pode ir lá dar uma aula, ensinar algo, participar da festinha das mães, da páscoa, da quadrilha, do Natal, colabore financeiramente que é muito importante. Nenhuma entidade vive de elogios e quase todas em Natal passam por problemas.

         Tudo que estou desabafando aqui serve também para as outras ONGs que passam pela mesma situação da Casa do Bem. Algumas conseguiram projetos e convênios, ótimo, na Casa do Bem prefiro trabalhar com essa ajuda dos amigos, não quero muito dinheiro de convênios e projetos, pois quero conduzir os trabalhos de maneira poética, com amor, quando entra muito dinheiro a gente perde o controle e a corrupção pode se instalar, eu ficarei preocupado com a prestação de contas de tanto dinheiro e, a partir daí, não conseguirei mais dormir e, perdendo a poesia da coisa, perderei a tesão e a vontade de amar a todos e de servir a todos sem querer nada em troca.

       Peço ajuda simplória de valores pequenos para dar suporte financeiro a Casa do Bem e continuar ajudando tantas pessoas de diversas maneiras. Basta você sentar no computador alguns minutos e entrar em sua conta do Banco do Brasil ou de outro banco e realizar a transferência mensal por tempo indeterminado. Quando quiser cancelar, entra novamente e cancela você mesmo.

       O procedimento via Banco do Brasil é, depois da senha, você vai ao link conta corrente e consulta depois transferências, depois mesada e em seguida autorização. Neste momento aparece o quadro e você preenche o valor, o tempo, o dia que sai de sua conta. A nossa conta é 26847-X – agência 1668-3 – Banco do Brasil. Se você não gerencia sua conta pela internet, vá ao seu banco e peça ajuda dos funcionários que eles fazem isso. Temos mais informações no site http://www.casadobem.org.br/.

      Nós trabalhamos por um mundo melhor em todos os sentidos, somos cheios de boa vontade, somos idealistas, ensinamos a pescar, focamos na educação, temos um cursinho, alfabetização de idosos, nosso trabalho é preventivo no que diz respeito às drogas, é humano, é solidário, é do BEM mesmo.
        
         Precisamos de sua parceria, de sua colaboração e, por isso lhe peço humildemente afinal, mãos que ajudam são mais santas, que lábios que oram e, se sua preferência for por outra entidade, vá fundo, como disse, todas precisam e, a humanidade, necessita igualmente da participação de todos na construção de um planeta melhor.

     Faça a opção por algum trabalho dos que existem e seja parceiro do BEM: realmente, efetivamente COLABORE!

* É presidente da Casa do Bem, escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN (acasadobem@gmail.com)

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