terça-feira, 21 de junho de 2011

CRIME ECOLÓGICO NOS MANGUES DE MACAU

Carcaças de animais abatidos clandestinamente são desovadas em áreas de preservação

Alex Gurgel | jornalistaalexgurgel@com-texto.com.br

Os manguezais são considerados ecossistemas-chave devido à sua riqueza em recursos naturais e aos serviços ambientais que oferecem, como fonte de alimento para as regiões costeiras e reprodução de diversas espécies marinhas e terrestres. Mesmos esquecidos pelo Ministério Público, órgão responsável pela fiscalização, os mangues são protegidos pelo Código Florestal e reconhecidos como Áreas de Preservação Permanente.
Os mangues existentes em Macau estão ameaçados devido a vários fatores como o cultivo de camarão desordenado, poluição por esgotos domésticos, aterros com material de construção civil e principalmente, a desova de carcaças de animais abatidos clandestinamente. Todos esses fatores estão causando danos irrecuperáveis ao meio-ambiente. Porém, os restos de animais mortos nos mangues causam impacto à saúde pública.

Quem anda pela estrada carroçável que margeia os baldes da Salinor, logo depois do Porto da Pescaria, pode observar várias carcaças inteiras de gado, além de ossadas de outros animais, dividindo o espaço com o lixo jogado pela população. O mau cheiro incomoda os moradores do Porto da Pescaria, que denunciam a presença de abatedouros ilegais nos Currais e os culpam pelo despejo irregular dos animais mortos.

Segundo o jornalista Bosco Afonso, esse crime ambiental ocorre pela falta de sensibilidade da Prefeitura de Macau em não abrir o Matadouro Público. “O gado é abatido clandestinamente e as carcaças são jogadas no meio ambiente, comprometendo toda uma cadeia de caranguejos, peixes e pássaros que dependem desse eco-sistema para sobreviver”, disse Bosco, ressaltando que a população que consome a carne clandestina corre sério risco de vida.

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