sexta-feira, 21 de outubro de 2011

DEFORMIDADES

Médico alerta sobre a compreensão da realidade de cada paciente

Em palestra no Curso de Educação Continuada do Hosped, o cirurgião plástico Leonardo Spencer defendeu um tratamento multidisciplinar para pacientes fissurados

AEcoar - Divulgar e debater as principais informações sobre o tratamento de fissurados no Brasil e no mundo é o principal objetivo do Curso de Educação Continuada em Deformidades Craniofaciais, oferecido pelo Hospital Pediátrico da UFRN. O curso, programado para acontecer entre agosto e novembro deste ano, apresentou seu terceiro módulo na noite da última quarta-feira, 19, no auditório do hospital Onofre Lopes.


O evento reuniu mais de 100 pessoas, entre profissionais e estudantes da área, interessados em discutir a realidade do tratamento dos pacientes fissurados no Rio Grande do Norte. O cirurgião plástico Leonardo Spencer, que também é coordenador do Programa de Fissurados do estado e um dos palestrantes do curso, atentou para a importância de considerar a família como um grupo de importante participação no tratamento do paciente.

Para ele, a mãe deve ser a primeira a ser acolhida no tratamento, para que aceite a deformidade do filho. “É importante que ela entenda que fissura não é síndrome, e sim uma má formação isolada, e que por isso a criança não precisa de mais regalias do que as outras”, explicou.

Tratamento

Entre a classe médica há um consenso sobre a complexidade do tratamento de um fissurado – ele não necessita somente da cirurgia, mas de um acompanhamento psicológico que facilite a reinserção na sociedade. “Infelizmente a nossa cultura ainda impõe padrões que nem sempre são fáceis para a criança, porém, a deformidade também está na mente das pessoas quando não conseguem aceitar o problema”, alertou Spencer. “Por isso, os tratamentos atuais tendem a ser multidisciplinares, envolvendo várias especialidades para compreender o desenvolvimento geral do fissurado”, completou o médico.

Mas, esse tratamento nem sempre é fácil, principalmente para a parcela pobre da população que sofre com maior incidência do problema. É um processo que pode durar vários anos depois da primeira cirurgia e o custo é alto. Para o cirurgião plástico Leonardo Spencer, é preciso compreender a realidade de cada paciente. “Nós, da classe médica, vivemos uma realidade que a maioria do país não vive. É preciso perceber isso e compreender qual a condição de cada um”, enfatizou.

Pensando nisso, o Hospital de Pediatria Heriberto Ferreira Bezerra, em parceria com o Onofre Lopes, organizou um tratamento assistencial aos portadores de Fissuras Labiopalatinas (FLP), com a reabilitação de algumas sequelas das cirurgias. De acordo Spencer, o programa é um sucesso. “Estamos cada vez mais próximos de zerar a fila de pacientes que necessitam da cirurgia”, concluiu.


Por Nadjara Martins
Mais informações: 8703-1804 e 9456-4365
@nadmartins 

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