segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Veja as melhores dicas para comprar um carro de 45 anos de sucesso
A Toyota foi fundada em 1937 e um ano depois a empresa já apresentava seu primeiro lançamento, o AA, entretanto, a Segunda Guerra Mundial traçou novos rumos à fabricante, que teve de esperar o término do conflito para voltar a pensar em carros; dois anos mais tarde, em 1947, ela mostrava estar de volta à sua vocação, com o lançamento do SA. Mas o carro que projetou o nome Toyota mundo afora surgiria somente em meados da década de 60.
Naquela época, os grandes e beberrões carrões norte-americanos estavam alcançando o ápice de sua geração, graças à pujança da economia dos Estados Unidos associada ao baixo preço da gasolina, fato que tenderia a mudar em 1973, com a Crise do Petróleo. Em 1966, saía da linha de produção da empresa o Corolla, um sedã cujo nome a Toyota foi buscar no latim e significa “Coroa de Flores”, um símbolo de vitória e felicidade, utilizado até hoje para premiar aqueles que vencem grandes desafios.
Esta primeira geração do carro, originou-se a partir do projeto KE10 e era o oposto do que se via até então: em vez dos potentes mas perdulários V8, o Corolla trazia um motor compacto de 1.1 litro com comando de válvulas no bloco, que gerava 60 cv de potência e torque de 8,5 kgf.m; em vez das “banheiras”, uma carroceria duas portas e dimensões voltadas para o dia a dia, com 3,85 metros de comprimento e 2,28 metros no entre-eixos, com freios a tambor nas rodas dianteiras.
Em 1967 surgiriam as versões quatro portas e perua, enquanto que em maio de 1968 era a vez de aparecer a versão cupê, batizada de Corolla Sprinter. Em 1969 a fabricava tratou de dotar algumas versões do Corolla de um novo motor, um 1.2 litro, que fazia a potência alcançar os 68 cv e o torque 9,3 kgf.m.
Já consagrado nos EUA, em maio de 1970, a fábrica apresentou a segunda geração do carro, a KE20. Suas novas linhas mostravam um carro com entre-eixos 5 cm maior e também mais comprido em 10 cm, além de estar mais pesado (780 kg); a perua ganhava cinco portas e ele agora vinha equipado com o motor 1.2 litro e com a opção do câmbio automático para aquele mercado.
Nesta época, o Corolla já se consagrava como “um carro para toda obra”, em função de sua versatilidade, economia e confiabilidade, ampliando seu espaço ano após ano, tornando-se o segundo carro mais vendido do planeta. Em 1974 surgiu sua terceira geração (KE30), que apareceu em abril, no Japão. Talvez os designers japoneses tenham procurado inspiração no Mustang norte-americano, pois o carro trazia uma frente muito similar à dele, com uma ampla e elevada grade frontal. Equipado com quatro opções de motorização (1.2 de 55cv, 1.3 de 68cv, 1.4 de 82cv e 1.6 de 75 ou 83cv), ele aumentava ainda mais de tamanho, alcançando agora 2,37 metros de comprimento.
O ano de 1979 viu o surgimento de um Corolla que desta vez, parece ter saído de uma prancheta da sueca Volvo, dadas suas linhas retas; o carro parecia uma obra cubista, de tão quadrado, porém, continuava crescendo e ficando cada vez melhor: eram 3 cm a mais no entre-eixos, alcançando 2,40 metros, fazendo o comprimento total chegar aos 4,05 metros, sendo esta a última série a ostentar tração traseira e versões de duas portas do sedã e da perua. O carro continuava a ser oferecido com amplo espectro de motorizações, mas agora o mais fraco era o 1.3 de 69cv, passando pelo 1.5 de 75cv, até chegar no 1.6 com duas opções de desempenho, 75cv e 108cv. Nos Estados Unidos, o motor top de linha era o 1.8 de 75cv, que mantinha o comando de válvulas no bloco, entretanto, era mais “torcudo” para atender ao gosto do público daquele país.
Uma nova era
Embora desde 1979 a Toyota oferecesse um carro com tração dianteira – o Tercel – este ainda contava com motor longitudinal, mas foi em 1983, com o surgimento da quinta geração do Corolla, que este paradigma foi quebrado, já que o carro trazia motor transversal com tração dianteira e suspensão traseira independente do tipo McPherson, que deixaram o carro mais compacto e eficiente.
Embora o estilo “cubista” ainda estivesse presente em suas linhas, o carro continuava a ser vitaminado: agora, tinha nada menos que 2,43 metros no entre-eixos e seu peso ia de 880 a 970 kg. As opções de motorização continuavam amplas: 1.3 de 65cv, um recém-lançado 1.6 de 84cv e um diesel 1.8 de 56cv dirigido especialmente a alguns mercados. Um ano depois apareceria um novo motor 1.6 de 16 válvulas e duplo comando de válvulas no cabeçote, para equipar as versões hatch de três portas e ao liftback.
O estilo “quadradão” somente foi abandonado em 1987, com o aparecimento da quinta geração do Corolla. embora o projeto mantivesse a mesma distância no entre-eixos (2,43 metros), o carro estava mais largo e pesado, rompendo a barreira dos mil quilos (1.080), além de apresentar a versão Sprinter (station wagon). Os motores eram o 1.3 de 75cv, 1.8 diesel de 64cv e 1.6 de três distintos desempenhos: 90cv carburado, 100 e 124cv, estes dois alimentados por injeção eletrônica e com duplo comando de válvulas no cabeçote. A versão mais apimentada era aplicada na versão GT-S, que trazia rodas de 14 polegadas calçadas com pneus 185/60 e freios a disco na traseira.
Como é tradição no Corolla a mudança a cada quatro anos, em 1991 surgia a sétima geração do carro. Seu entre-eixos havia crescido um pouco, alcançando agora 2,465 metros e nos EUA, o carro era oferecido agora somente em duas versões de motor: 1.6 de 105cv, 1.8 de 115cv, este com duplo comando de válvulas no cabeçote, 16V e opção de três ou quatro marchas no câmbio automático, além de airbag para o motorista e rodas de 14”. No Japão haviam ainda as opções de motor 1.3 de 88cv, 1.5 de 115cv e 2.0 diesel de 72 cv, além de um motor de 160 cv e 16,5 kgf.m, destinada apenas ao liftback.
Embora houvesse no Brasil uma fábrica da Toyota desde 1958 para a fabricação do jipe Bandeirante, foi somente em 1992 que o país passou a ver em suas ruas o Corolla. Equipado com motor 1.8 litro de 16V e 115cv, era oferecido nas versões DX e LE.
Ano de 1995: o crescimento do carro continuava e na oitava geração do Corolla, ele alcançava os 1.230 kg e 4,3 metros de comprimento, embora utilizasse a mesma plataforma da versão antiga. Em 1996, o Corolla brasileiro recebia uma faixa de ligação entre as lanternas traseiras. 1997 foi um ano importante para a Toyota, já que neste ano, o Corolla tornava-se o carro com o maior volume de vendas da história da indústria automotiva, batendo a Volkswagen e um novo visual surgia na Europa e Austrália, com faróis arredondados – que não agradaram a muitos – e na station, lanternas elevadas nas colunas traseiras. Esta versão chegou a ser comercializada no Brasil e vendida por aqui a partir de 1998, mas a frente diferente e o motor 1.6 de 106 cv não agradou nem aqui e nem em outros mercados e foi reformulada pouco depois.
Ano de 2001 viu a nona geração do carro, que agora apresentava entre-eixos ainda maior, com 2,60 metros, embora a aparência do carro estivesse mais compacta – neste ano também foi apresentada a versão perua batizada de Fielder. As opções de motor lá fora eram enormes: 1.3, 1.4, 1.5, 1.6 (estes dois com tração integral) e 1.8 (gasolina), 2.2 e 2.2 (diesel).
Made in BrasilEmbora tenha começado a ser vendido no Brasil em 1992, sua fabricação por aqui só se deu a partir de 1999 com a construção da unidade da Toyota em Indaiatuba (SP). O modelo fabricado no país acompanhava a oitava geração do carro, mas seguia a linha japonesa, com linhas conservadoras, motor 1.6 de 116 cv e airbag de série nas versões XE-i e SE-G, além da básica XLi sem este item. Na versão top, havia revestimento de couro nos bancos.
A nona geração do carro lançada em 2001 passou a ser fabricada aqui no Brasil em 2002 e foi bem vinda para que o Corolla voltasse a ter fôlego para enfrentar o Civic, seu grande rival mundo afora. Além de mais bonito, o carro apresentava mais espaço interno e embora as três versões de acabamento continuassem vigentes, a motorização ganhava novas opções: 1.6 16V de 110cv e 1.8 16V de 136 cv com comando VVTi – esta última apenas para as versões XEi e SE-G. A versão mais luxuosa (SE-G) ainda contava com câmbio automático de série (opcional nas demais), bancos de couro, painel com iluminação Optitron, disqueteira no painel e ar-condicionado.
A perua Fielder apareceu por aqui em 2004, equipada com motor, câmbio e equipamentos da versão XEi; no ano seguinte (2005), o carro recebia uma nova grade e novos itens de conforto na versão top, como computador de bordo e limpador de para-brisas automático.
Em 2006 o Corolla chegava às lojas com poucas mudanças e mantendo as mesmas versões de acabamento (XLi, 1.6 e 110 cv) e XEi e SE-G (1.8 e 136 cv), com transmissão automática disponível como opcional para as duas primeiras e de série para a top. Em 2006, a versão SE-G recebia revestimento do console central na cor prata e externamente, as portas ganharam um friso cromado na extremidade superior. Já a versão XEi e a Fielder passaram a vir com o novo CD player Double Din.
Em 2008 o Corolla sofreu uma completa reformulação em sua décima geração – a terceira no Brasil. Depois de alguma especulação sobre se a versão vendida por aqui seria a japonesa (mais esportiva) ou a europeia (mais sóbria), optou-se pela primeira.
O carro ganhou uma nova plataforma e também, linhas que nitidamente foram extraídas do Camry, irmão mais portentoso do modelo. Embora a traseira ainda guardasse algumas reminiscências passadas, no geral o carro sofreu profundas mudanças estéticas, responsável por uma remoçada em sua aparência, o que não significou uma guinada na direção da esportividade apresentada pelo Civic.
Com as mudanças, o motor 1.6 de 110cv, ficava destinado a equipar apenas uma versão de câmbio automático destinada a portadores de necessidades especiais, frotistas ou sob encomenda. No mais, permanecia o motor 1.8 VVTi mas agora flexível. Como novidade para 2009 veio a versão GLi, intermediária entre a XLi e a XEi, que vinha equipada com bancos em tecido, rodas de liga leve 16 polegadas, freios ABS, airbag duplo, ar-condiconado digital e direção elétrica. Para ficar mais barato que o XEi, ele não tinha retrovisores retráteis, airbags laterais e nem piloto automático.
Mas para 2010 a Toyota descortinou o novo motor 3ZR-FAE, de 2.0 litros, 16V Flex capaz de produzir 153 cavalos no álcool e 142 cv na gasolina. Com diversas melhorias internas no motor, além do aumento volumétrico proporcionado pelo maior curso dos pistões, além de melhoria no ganho de potência, o torque também melhorou, saltando de 17,5 kgf.m a 4.200 rpm, para 20,7 kgf.m a 4.800 rpm. Outra novidade neste ano foi o surgimento da versão Altis, que substituiu a SE-G, a top de linha, enquanto que a versão intermediária XEi passou a usar apenas este novo motor 2.0 – a GLi e a básica XLi continuavam a usar o 1.8 Flex com opções de câmbio manual de cinco marchas ou o novo automático sequencial de quatro velocidades, com borboletas no volante.
Para 2012 apenas pequenas mudanças estéticas foram como nova grade, lanternas e novos mostradores no painel, mas o motor 1.8 recebeu um upgrade e passou a ostentar a tecnologia Double VVTi, de variação contínua da abertura e fechamento das válvulas de admissão e escape. Além disso, assim como ocorrera no 2.0, ele passou também a receber refrigeração a óleo para os pistões, novas velas e balancins roletados. Tudo isso resultou em mais performance, fazendo com que o propulsor passasse a desenvolver 144 cv com álcool e 139cv na gasolina – antes estes valores eram de 136cv e 142cv, respectivamente. Claro que o torque também foi beneficiado e subiu de 17,5 kgf.m para 18,6 kgf.m rodando com álcool e passou de 17,3 kgf.m para 18,0 kgf.m com gasolina.
Fique AtentoVocê que sempre ouviu falar bem do Corolla é bom ficar atento, pois o modelo 1998 é queimado no mercado. Este é aquele de faróis redondos e grade colmeia que a fábrica lançou com o objetivo de ser moderna e acabou por ser modernosa, tendo de rapidamente repensar sua estratégia.
Um ponto que á apontado por proprietários do veículo é o alto preço de algumas peças de reposição, enquanto que problemas nos coxins do motor e da suspensão dianteira já foram relatados em casos esporádicos, mas nenhuma dessas situações são problemas crônicos do carro.
Vale ressaltar que o carro é bastante confiável e se possível, procure comprar um com até três anos, para que ainda pegue o veículo dentro de sua garantia.
RecallNo final de 2009, um tapete fez com que a Toyota convocasse os seus consumidores para o maior recall da história. Segundo apurado, o tapete original do carro poderia enroscar-se no acelerador, impedindo o seu retorno e mantendo o carro acelerado. Com isso, só nos EUA, 3,8 milhões de veículos da marca foram convocados para comparecerem à uma concessionário. Aqui no Brasil, mais de 117 mil Corolla passaram pelo recall e isso até mesmo chegou a gerar o impedimento das vendas deste veículo em Minas Gerais devido a ação movida pelo Ministério Público daquele estado.
Em fevereiro de 2011 um novo recall foi anunciado pela fabricante. Desta vez o objetivo seria uma correção de uma mangueira do sistema de partida a frio do veículo, que poderia vazar gerando possibilidade remota de incêndio no veículo.
Sempre vale o reforço: para saber se o carro que você pretende comprar passou pelo recall, consulte o manual para checar o carimbo da concessionária.
Texto: Laner Azevedo/Mídia Motor
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