O português Mario Zambujal abriu o diálogo, agradecendo a oportunidade de participar de um evento do nível do Flin que vem reunindo grandes nomes da literatura dos países de língua portuguesa. O jornalista e escritor confessou a platéia que ficou um pouco surpreso ao receber o convite para falar sobre o Erotismo, mas aceitou o desafio e apresentou um texto enaltecendo a relevância do gênero romance na história da literatura. Ele falou também que o erotismo presente nessas obras ajuda a enriquecer o texto e dá vida as publicações. Já o poeta potiguar Lívio Oliveira lembrou que no Festival vários temas já haviam sido debatidos como humor, gastronomia e música e para ele o erotismo é síntese de todos esses prazeres da vida. Ele possui vários poemas sobre o assunto e revelou que consegue administrar bem o limite entre as obras eróticas com aquelas que têm um tom mais pornográfico. Lívio citou como exemplo dos autores Nei Leandro de Castro e Osvaldo Lamartine como dois escritores que conseguem transitar muito bem por esses dois caminhos.
Na sequência, Diva Cunha destacou o erotismo presente na poesia feminina no Rio Grande do Norte. Com uma vasta carreira dedicada a pesquisas e estudos sobre o tema ela recordou que o erotismo esteve presente de forma tímida desde o inicio da vida produtiva das poetisas Nísia Floresta e Auta de Souza, duas das maiores autoras do gênero. Esse pudor relacionado às mulheres ainda perdurou até Zila Mamede que também versou sobre o erotismo em seus escritos. Já Iracema Macedo e Carmem Vasconcelos trataram o erotismo de uma forma mais aberta já que vivem em um tempo, onde a liberdade feminina cresceu bastante. A lusitana Celina Veiga trouxe um estudo interessante sobre o erotismo na perspectiva de autores de Macau, território localizado na China que foi colonizado por Portugal. Ela apresentou obras de Deolinda da Conceição, Maria Pacheco Borges e Henrique de Senna Fernandes.
O português João de Melo trouxe para os debates um texto de sua autoria intitulado “Pequenos e grandes prazeres: O corpo”. O conto teve como destaque a literatura que na opinião do escritor pode ser definida como dicionário da língua, ou, verdadeiro dicionário da vida. João falou sobre os vários prazeres da vida e lembrou que o erotismo deve ser tratado por todos como uma ação natural do corpo, sem limites para o pudor ou amor.
Alice Goretti Pina, representante da ilha africana de São Tomé e Príncipe, também seguiu o mesmo pensamento do seu colega português que defende o erotismo como algo inerente e natural a ação humana e abrilhantou a conversa, apresentando um conto próprio, com trechos equilibrados de amor e erotismo. O jovem físico e escritor português Nuno Carmaneiro encerrou os debates com a apresentação de um texto produzido por ele chamado “O lábio cego. A passagem também reforçou a presença do erotismo no cotidiano das pessoas e deixou a mensagem forte para que todos se desprendam de seus tabus para ter uma vida plena e livre de todos os preconceitos.
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