Natal vai sediar no período de 21 a 26 próximo o workshop internacional “400 Years of Stellar Rotation”, no salão de eventos do Ocean Palace Hotel, comemorando os 400 anos do anúncio público da descoberta das manchas solares e da rotação do Sol por Galileu Galilei.
O evento é uma iniciativa do European Southern Observatory e do Instituto Internacional de Física, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, tendo em sua coordenação científica o professor José Renan de Medeiros e na coordenação do comitê organizador a Dra. Sânzia Alves.
O workshop "400 Years of Stellar Rotation" vai ser aberto às 19h no próximo dia 21 com saudação de boas vindas de autoridades locais e em seguida os participantes vão ouvir a conferência , “Galileo, o homem, o mito, o cientista”, com o professor Alberto Righini, da Universidade de Florença, Itália, especialista na obra de Galileo Galilei.
As sessões de ciência, que contarão com a participação de 150 cientistas de diferentes países (incluindo China, USA, Canadá, França, Itália, Portugal, Espanha, Inglaterra, Alemanha, Holanda, Escócia, Suíça, Bélgica, Colômbia, Israel, Índia, Polônia, Chile, Argentina e Armênia), serão desenvolvidas a partir da sexta-feira 22 até a terça-feira, 26.
O workshop "400 Years of Stellar Rotation" será composto de palestras de revisão, sob convite, bem como por contribuições orais, por jovens doutores e estudantes, e contribuições em formato de posters, que estarão em exposição durante todo o evento. Dois painéis especiais serão dedicadas a uma reflexão e discussão coletivas sobre as grandes questões associadas à rotação e magnetismo solar e estelar, ainda em aberto. Um aspecto relevante do workshop é a presença de especialistas de todos os continentes, à exceção da Oceania, bem distribuídos nas várias subáreas da Física Solar e da Astronomia Estelar associadas diretamente à Rotação e suas propriedades corretas.
Durante o evento também serão apresentados os resultados mais impactantes sobre Física e Astronomia solar e estelar, obtidos pelas missões espaciais CoRoT, Kepler e Spitzer, e da rotação e magnetismo do Sol resultantes da missão especial SOHO e haverá uma apresentação do estado da arte da ciência que rege os efeitos do Sol sobre seu Sistema Planetário, em particular sobre nosso planeta Terra. Ênfase será dada ao estudo dos efeitos da rotação e do magnetismo solar sobre o clima da Terra e suas condições de habitabilidade.
Página do evento: http://www.dfte.ufrn.br/400rotation
Sobre Galileu Galilei:
Em 1613, Galileu Galilei anunciou, publicamente, através do seu trabalho "l'Istoria e dimostrazioni Intorno alle macchie solari e loro accidenti" a descoberta das manchas solares e da rotação do Sol. Depois de 400 anos, somos capazes de quantificar, graças à experimentos extremamente precisos como o SOHO, detalhes da rotação interna e superficial do Sol, bem como medir, através de fotometria de alta precisão, períodos de rotação de milhares de estrelas. Tais medidas se tornaram possíveis devido, em particular, ao advento dos satélites CoRoT, Kepler e Spitzer. Além disso, velocidades de rotação e informações sobre a atividade magnética já estão disponíveis para milhares de estrelas, graças à espectroscopia de alta resolução associada a espectrômetros montados em telescópios no solo. Tais dados estão oferecendo uma oportunidade única para estudarmos, em detalhe, o comportamento evolutivo do Sol e as relações Sol-Terra. Tais estudos tem implicações diretas na nossa compreensão sobre o mecanismo do dínamo magnético e a atividade magnética do Sol e das estrelas em geral. É claro que a rotação estelar não é apenas um ingrediente chave para se compreender adequadamente a evolução solar e estelar. Este parâmetro fundamental também pode fornecer informações importantes sobre a existência de planetas orbitando as estrelas em geral e a perspectiva de condições de habilidade em tais planetas.
Todo nosso conhecimento sobre o Sol e as estrelas, tem sua base no esforço e inteligência de Galileo Galilei, genial astrônomo, físico, matemático e filósofo, nascido em Pisa na Itália. Em 1609, Galileo tomou conhecimento da existência de uma aparato composto por lentes e um tubo, construído na Holanda. A partir de tal aparato Galileo construiu então o primeiro telescópio, também chamada de luneta galileiana. Tal experimento, bastante simples para os nossos dias, inaugurou uma nova era para a humanidade, onde a visão de mundo construída ao longo de séculos começava a ser substituída por uma nova imagem da natureza, na qual o homem não mais ocupava o centro do universo. A natureza, segundo Galileu, era laica, objetiva, indiferente aos desejos do ser humano, distante, precisa e matemática. Por tal visão da natureza e do cosmo, Galileu foi condenado pela Igreja em 1632 e somente absolvido em 1992, mais de três séculos depois.
Quatro séculos depois das magistrais descobertas de Galileo Galilei, mais de 1000 planetas foram descobertos fora do Sistema Solar, orbitando os mais diferentes tipos de estrelas. Aprendemos que o número de estrelas no cosmo é quase infinito e também, adquirimos a capacidade de prever o comportamento e os humores da nossa estrela central, o Sol, monitorando-o a cada instante através de satélites que orbitam a Terra ou navegam dentro do Sistema Solar.
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