As cores, sabores, temperos e a história da gastronomia dos países de língua portuguesa foram os principais temas debatidos pelos escritores, poetas e pesquisadores que fizeram parte da mesa temática sobre “Literatura e Gastronomia” que aconteceu na tarde desta quinta-feira (07), segundo dia do Festival Literário de Natal (FLIN). O jornalista potiguar Woden Madruga, o escritor e poeta angolano John Bella, a chef de cozinha potiguar e pesquisadora da área Adriana Lucena, o escritor e jornalista Franklin Jorge e os escritores portugueses Afonso Cruz e José Carlos Vasconcelos dialogaram sobre como a gastronomia está inserida na cultura dos povos e qual a sua importância para a literatura. O prefeito de Natal, Carlos Eduardo, acompanhou os debates ao lado do presidente da Fundação Cultural Capitania das Artes, Dácio Galvão.
Dácio Galvão falou sobre a importância da presença dos escritores de países de língua portuguesa no FLIN, reforçando que isso valoriza ainda mais o evento que está sendo retomado pela administração municipal. Para ele o diálogo entre os escritores e poetas locais e estrangeiros vai enriquecer ainda mais a produção cultural de todos os países que enviaram representantes para participar do festival. O presidente da Funcarte enalteceu ainda a parceria entre a Prefeitura do Natal e a União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) que enviou 12 autores de várias nações como Angola, Cabo Verde, Timor Leste, Moçambique para abrilhantarem o evento. Dácio revelou a intenção de ampliar essa participação estrangeira nas edições do próximo ano. “Essa foi uma experiência enriquecedora e esperamos expandi-la”.
Essa posição foi corroborada pelo secretário geral da UCCLA, Victor Ramalho, o executivo ficou muito satisfeito com a qualidade dos debates e com a produção do Festival Literário de Natal. Ele falou que essa política cultural implementada pela administração do prefeito Carlos Eduardo valoriza bastante a produção literária local e também a produção literária dos escritores trazidos pela entidade estrangeira. “Aproximar as realidades de cada país integra os povos e traz conhecimento”.
Os debatedores da mesa partiram do mesmo ponto de que gastronomia e literatura são duas manifestações que ajudam a formar a identidade cultural de um país e de seu povo. O jornalista Woden Madruga leu passagens de obras de alguns escritores brasileiros, destacando a presença de várias expressões que faziam alusão a temperos, especiarias, enfim, a culinária em geral. A pesquisadora e chef potiguar Adriana Lucena falou sobre como foi arrebatada para o mundo das panelas e ingredientes da gastronomia, revelando uma paixão pelos queijos. A rica culinária angolana foi o tema da explanação do poeta John Bella que recitou várias poesias que retratavam os sabores dos pratos do país africano.
O português Afonso Cruz é um entusiasta da cerveja e apresentou ao público trechos de suas obras que fazem uma ode a essa bebida apreciada por 10 entre 10 brasileiros. O seu compatriota José Carlos Vasconcelos mostrou que a gastronomia está muito presente na obra dos grandes nomes da literatura portuguesa como Eça de Queiroz e Fernando Pessoa. Franklin Jorge completou os debates também destacando vários aspectos da gastronomia na literatura local.
Adriana Lucena destacou que o Rio Grande do Norte tem muita importância para a literatura e a gastronomia do país, lembrando da figura do grande escritor e folclorista potiguar Luiz da Câmara Cascudo, autor da obra “A História da Alimentação Brasileira” que foi publicada em dois volumes e é ainda até hoje uma grande referência para os que pesquisam sobre o tema.
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