Por Flávio Rezende*
Minha linda e doce Mel, tem início hoje o mês de maio do ano 2010 e neste momento, estamos eu e sua amável mãe Deinha com você no Rio de Janeiro, considerada uma das mais belas cidades do planeta que ora habitamos e, uma das mais temíveis também.
Aproveitando a big promoção de uma companhia aérea chamada TAM, voamos para cá e, já neste momento, desfrutamos do imenso prazer de você não ter dado trabalho algum, passando num dos testes aos quais os bebês são submetidos, com nota dez nos quesitos comportamento, simpatia e ausência de chororô na decolagem e no pouso.
Linda Mel, estamos hospedados no Leblon e, lhe apresentamos o tão querido Rio de Janeiro através de caminhadas e passeios muito agradáveis em todos os aspectos, uma vez que verbalizamos o tempo todo nosso amor por você, emoldurando essas emanações que fluem de nossos corações com a linda paisagem de montanhas exuberantes, ilhas preservadas, mar maravilhoso, calçadão de Leblon/Ipanema livre para pedestres e, o colírio geral do povo, das lojas, ruas e cenários que a nação carioca proporciona ao mundo.
Hoje pela manhã adorável filha, no revezamento que faço com sua mãe na guarda do seu sono reparador, na minha vez do passeio solitário, mergulhei nos êxtases que experimento ao observar no vai-e-vem dos seres e animais, a vida em toda a sua expressão de cores, nomes, sentidos e significados.
Observamos as coisas através de nossos olhos, gerando pensamentos que, ao tomarem forma, são resultantes de nossa formação de vidas e vidas, conteúdos adquiridos e aceitos, caráter formado e várias outras nuances que no geral, dão o tom final ao que pensamos.
Sendo assim, fui indo e ao observar crianças em carrinhos ao sol, sinto uma alegria tão grande, que lágrimas vertem nas curvas faciais, levando o gostinho do mar à boca, num salgado link de bons sentimentos.
A observação de pessoas saudáveis correndo enche minha cabeça de satisfação, pois, linka meu pensar a máxima “mente sã em corpo sadio” e, consolidando dentro de mim, a importância de caminhar sempre, para que possa tornar o corpo uma casa saudável, uma vez que cultivo com renovada alegria um espírito cada vez mais feliz e sadio.
E os passos embalados por músicas que gosto levitam meu pensar ao observar a belíssima paisagem carioca, seus morros, mar, areia que divide brancamente o oceano Atlântico do paredão erguido pelo homem para moradia e abrigo, quantas plantas, quantos animais com cordinhas e aparatos de limpeza, pessoas indo, cães vindo, gente suando, seres conversando, pretos, brancos, ricos, pobres, bonitos, feios, uns com a linda camisa do Flamengo, outros com outras e todos caminhando, dia de sol, polícia presente e a vida esplêndida revelada em faces, pernas, ombros, bocas, olhos, sorrisos, lamentações, dramas, sortes, mortes e... Vidas!
Enalteço o Rio de Janeiro e elejo junto com Deinha nossa segunda cidade. Pensamos um dia morar por aqui e dividir nossa vida de formatar e realizar ações humanitárias em Natal com o prazer de desfrutar das maravilhas cariocas.
Amada e doce Mel, quando você estiver grandinha, uns 15 anos à frente, tipo 2025, não sabemos onde estaremos. Hoje o Rio é considerado uma cidade violenta, mas, felizmente, eu e sua mãe nunca presenciamos coisas negativas por aqui. Nossa passagem tem sido abençoada com o carinho dos familiares, a degustação das comidas saudáveis e vegetarianas, o desfrutar das lindas paisagens naturais e o vivenciar da cultura e da convivência fraterna.
Amamos o Rio e lamentamos alguns acontecimentos, ocasionados por seres tendentes ao mal e por políticas públicas que não contemplam de maneira efetiva a inserção dos mais carentes no mercado de trabalho.
Ainda chegará o tempo em que a riqueza será mais bem aplicada no bem estar de todos os seres, diminuindo consideravelmente alguns problemas e tornando todas as sociedades mais solidárias e amáveis.
Hoje eu e sua mãe e mais um monte de pessoas de bem, somos considerados sonhadores. Sim, sonhamos e arregaçamos as mangas para tornar o mundo melhor.
Sonho em caminhar pela Delfim Moreira, Avs. Paulista, Atlântica, Roberto Freire, 5th Avenue, Oxford Street ou Champs-Élysées com os olhos bem abertos, linkando diretamente ao coração tudo que possa ser observado, para que a mente captando, possa traduzir em pensamentos, a beleza da vida, a suavidade da existência, a maravilha contida em toda a materialidade construída e, na espiritualidade abençoada, tornando todos nós, seres de todos os reinos, felizes e contribuintes de um planeta luminoso e amoroso.
* É escritor, ativista social, pai de Mel, Gabriel e esposo de Deinha (escritorflaviorezende@gmail.com)
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