Caro Eduardo Alexandre:
Em principio, acho louvável a idéia, mesmo sem saber como será a coordenação da marcha, nem quantos comparecerão, entendendo apenas que, se houver um número significativo de pessoas, poderá ter algum efeito no sentido meramente histórico, registrando um crime hediondo que poderá ser perpetrado contra nossa cidade, totalmente indefesa diante dessa força esmagadora de espoliação de nossa soberania, por interesses escusos, que conta com a estupidez crônica de nossos políticos, somada à atração da corrupção que infelizmente faz parte do DNA de grande parte dos títeres que elegemos em nosso país.
Em caso de um comparecimento pouco expressivo, só servirá de chacota, dando mais força aos vândalos, comandados por alguns psicopatas que recebem gordos contracheques às custas de nossos impostos.
De repente, neste amanhecer de 1º de maio, assistindo o fantástico espetáculo da beatificação do Papa João Paulo II, com o mundo inteiro na Praça de São Pedro, lembrei-me que há vinte anos, ali mesmo naquele largo do Machadão, aquele santo celebrou uma missa memorável, quando, beijando nosso solo, o tornou bento. Ali estavam alguns dos carrascos que querem executar impiedosamente, por capricho e safadeza, aquele patrimônio público. Talvez, se forem católicos verdadeiros, sintam algum remorso.
Aí, ocorreu-me pedir a Deus, invocando àquele santo, que me tirasse do peito este amargo sentimento de indignação e me iluminasse com alguma idéia construtiva.
Veio a resposta, Esta “Marcha de Defesa do Machadão” que você acaba de me anunciar, poderia se transformar numa “Marcha para transformar o Machadão em centro de educação e formação de atletas”.
Em detalhes, seria transformar todo o Largo em grande praça pública, construir um santuário para o santo João Paulo II, ali no mesmo lugar do altar onde ele rezou a missa, aproveitar, com pequena reforma, o estádio e o ginásio para um centro educacional modelo, que oferecesse educação formal e preparação de futuros atletas, preferencialmente meninos pobres e filhos dos trabalhadores, vez que a idéia chega no Dia do Trabalhador.
Isto, além de evitar prejuízo irreparável e gastos astronômicos com uma empanada de circo para duas ou três peladas, e posteriormente, para uso de festas pagãs que os ricos não precisam, pois têm como assistir shows em Paris, Londres, Los Angeles, etc .
A Arena das Dunas pode ser construída em qualquer outro lugar, para a FIFA e seus asseclas encherem a cueca, e o futebol pode ir para o Juvenal Lamartine, que na verdade está do tamanho adequado aos nossos paredros.
Seria, assim, um equipamento de abrangência nacional; daria verdadeira “visibilidade” internacional à cidade, até porque o nome de Natal está vinculado ao nascimento de Cristo, e o santo ora beatificado traria, sem dúvida, permanentemente, milhares de romeiros que transformariam de verdade nossa cidade em pólo turístico, como a gruta de Fátima e outro lugares santos ao redor do mundo.
Acredito que essa idéia poderá ser analisada pelos que estiverem à frente dessa marcha contra a DESTRUIÇÃO, e, se for aprovada, poderão tentar divulgá-la pela imprensa, que, Graças a Deus, ainda tem muita gente lúcida e corajosa.
A idéia pode ser vendida na mídia como uma “encarnação” de uma mensagem do além.
Meu nome é irrelevante. Infelizmente, dois anos de náuseas provocadas por tanto lixo me deixaram fisicamente impossibilitado de continuar na luta quixotesca. Mas, faça uso dessa mensagem da maneira que melhor possa servir para a causa que você também abraçou.
Tenho certeza que seu saudoso pai, bem como todos os que lutaram por aquela obra, mortos ou vivos, ou ainda aqueles cidadãos que ainda guardam sua dignidade, irão aprovar.
Moacyr Gomes
1º/05/2011
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