segunda-feira, 2 de maio de 2011

DANDO VIDA AOS PEQUENOS/GRANDES FATOS DA EXISTÊNCIA



Por Flávio Rezende*

             Caminhando pela exuberante praia de Ponta Negra comecei a sentir corriqueiras alegrias internas com uma seqüência de acontecimentos que, sempre culminam com o êxtase de compartilhar bons sentimentos aqui com vocês leitores.
            A primeira boa imagem foi o incrível azul do céu. Tão lindo tão cheio de vida, que contrastou com a observação automática que fiz da pintura de prédios produzidos pelo ser humano. Enquanto o céu era de uma pintura sem retoques, renovada cotidianamente quando o sol está dotado dos seus mais plenos poderes, as pinturas humanas desbotam com o tempo, revelando nossas limitações diante do divino natural.
            Depois encontrei um amigo que, lançou em minha direção, um carinhoso olhar. Tão terno e doce que, fico logo com os olhos mareados, ao realizar a gostosa conexão de uma ponte unindo meu coração ao dele e, prossegui depois de tocar suavemente sem parar a caminhada, minha mão na dele. Num momento como este, a oralidade perde o sentido e toda a comunicação é perfeitamente realizada no silêncio.
            Prosseguindo decidi tomar um gostoso banho de mar e, na ausência de um amigo para ficar conversando nas pós-ondas, onde o corpo leve balança ao sabor dos altos e baixos da massa aquática de amena temperatura, fiz o que venho fazendo nestas ocasiões: mentalmente convidei meu querido amigo/mestre/irmão/pai/mãe Sathya Sai Baba, que mudou de plano recentemente, para me fazer companhia astral neste prazeroso banho.
            Neste momento fico conversando com Sai Baba sobre a vida e, geralmente agradeço por tantas coisas maravilhosas que acontecem comigo. Especificamente no dia de hoje, revivi com ele os bons eventos do dia anterior e, ofereci todos os frutos dessas ações a este querido amigo, sempre grato a ele por ter enveredado pelos caminhos da espiritualidade, quando em 1990 o encontrei na Índia e, remeto àquele significativo encontro, uma mudança de rota para o bem em minha atual encarnação.
            Comecei agradecendo por no dia anterior ter participado de uma reunião com um grupo de DST AIDS na Casa do Bem, colocando assim a entidade que dirijo dentro de um projeto de esclarecimento maior aos jovens sobre esta problemática. Depois segui para um almoço com minha mãe, momento de muito contentamento interior e de paz no coração.
            No período da tarde segui com o Coral Infantil da Casa do Bem para uma apresentação na UFRN. Sempre choro ao ver as crianças cantando as músicas da paz, de um novo tempo, as pessoas ficam sensibilizadas, felizes, nos elogiam, dizem coisas maravilhosas e, depois, elas fizeram um tour cultural pela Biblioteca Central Zila Mamede da UFRN, quão importante isso, sadio, fantástico.
            No retorno, dentro da Kombi, distribuímos latas de leite em pó arrecadadas, momento de festa, algazarra controlada e, a Kombi do bem, que tantos serviços presta a causas humanitárias, parou para que pudesse descer no Praia Shopping. Por ser fim de tarde da sexta, me dei o prazer de ir a uma sessão de cinema e, acertei ao visualizar uma película que no fim mostrava o amor de dois seres apaixonados entre si, que ultrapassaram vários problemas para concretizar a união, sendo que os dois tinham algo em comum: o amor pelos animais. O filme, recomendo, é “Água para elefantes”.
            Voltei para casa a pé, ouvindo “A little help from my friends” de Joe Cocker cantada no festival de Woodstock e outros clássicos ali executados por cantores e cantoras que gosto como Janis Joplin, Santana e Jimmy Hendrix, entre outros.
            Já no aconchego do lar passo a experienciar um dos grandes êxtases que a vida pode oferecer o sorriso de uma filha ao ver o pai chegando. Mel, a linda e doce cria que tenho com Deinha, em processo de recuperação de uma pneumonia de grau diminuto, já estava mais serelepe no seu cantinho da felicidade, cheia de vontade de repetir a todo instante as palavrinhas que vai incorporando a seu iniciático vocabulário, notadamente as preferidas: papai, mamãe e piu-piu. A noite fecha com chave de ouro observando ela mamar e a mãe, feliz, dando a boa noite para que juntas possam mergulhar em mais uma madrugada de dormidas sempre fragmentadas por acordadas tradicionais de bebês em busca de mais leite e aconchego noturno.
             Se o dia já estava feliz em seu conjunto, vou dormir com meu outro filho, Gabriel, garantindo para ele em feliz sim, sua presença hoje em evento de sua turma do Yázigi num boliche da cidade, a vinda para o fim de semana de um grande amigo seu de Mãe Luiza e, a garantia que juntinhos possamos assistir no domingo, o jogão Flamengo e Vasco na Globo e, ABC e Santa Cruz na TV União.
             Por questão de espaço alguns outros maravilhosos momentos ficaram num segundo plano no nível de explicitação pública aqui, mas, nenhum se tornou menor em meu sempre grato coração, pois, renovo mais uma vez os meus mais sinceros agradecimentos a existência por estar neste planeta fazendo as coisas que faço, convivendo com pessoas, animais, plantas, objetos, temperaturas e, procurando sempre, estar em comunhão com todos, na necessária e providencial energia que torna tudo isso divino e maravilhoso: o amor por tudo e por todos.

* É escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)

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