Na fogueira de São João eu quero brincar....
Neta de baloeiro (naquela época podia soltar balão), filha de pai festeiro chegado a um forró pé de serra e mãe chegada a uma comilança, eu não poderia ter saído de outro jeito e não ser chegada a uma festança com arrasta pé e comes e bebes.
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Desde criança, durante o período junino, assistia meu avô materno fazendo balões, para soltá-los na noite de São João, em frente a sua casa no oitão da igreja, lá em Nísia Floresta.
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Mamãe, junto com todas as suas “afilhadas” se embrenhava na cozinha para dar conta do tacho imenso de canjica e pamonha – naquela época era comum presentear os vizinhos e parentes com um prato de canjica - além de arroz doce, bolo pé-de-moleque, bolo de mandioca mole, bolo de batata doce e por aí vai, enquanto ficávamos a espreita para raspar o tacho da canjica e lamber a tigela de bolo.
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Papai se empenhava em construir a imensa fogueira defronte a casa e comprava caixas e mais caixas de fogos para deleite da meninada.
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Estava armado o nosso arraial.
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No cair da noite meu pai acendia a fogueira e começava a festança e enquanto as espigas de milho e batata doce eram assadas na fogueira, ele fazia a distribuição dos fogos entre a filharada.
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A potência dos fogos ia de acordo com a idade e a coragem de cada um. Eu jamais ia além dos traques de chumbo e das estrelinhas - a cada estouro de uma bomba era um choque que eu levava e um pulo que eu dava -, assistia de longe os meninos maiores estourarem as bombas pirulito em baixo de uma lata só pra ver a altura em que ela ia.
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Lembro certa vez eu estava feliz da vida queimando a minha estrelinha quando minha irmã mais velha chegou do meu lado para soltar um “peido de véia” e o danado explodiu na sua mão. O meu susto foi tão grande que desmaiei.
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Que Santo Antonio, São João e São Pedro me perdoem, mas se existe uma coisa nos festejos juninos que eu não acho a menor graça, são as famosas bombinhas.
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Freud explica.
Canjica de São João
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Ingredientes
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½ mão de milho (25 espigas)
2 cocos secos ralados
2 gemas peneiradas
2 colheres de sopa de manteiga
2 colheres de sopa de nata
2 xícaras de açúcar (aproximadamente)
1 pitada de sal
50 ml de chá de cravo (feito com 10 cravos)
Canela para polvilhar
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Modo de Fazer
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Desempalhe e tire os “cabelos” das espigas de milho.
Com uma faca afiada debulhe todas as espigas.
Com os dois cocos ralados faça 1/2 litro de leite de coco grosso. Reserve.
Com o bagaço do coco faça 1 ½ a 2 litros de leite de coco fino.
Vá passando no liquidificador, porções de milho debulhado com o leite de coco fino, e peneirando depois, até terminar todo o milho.
Coloque num tacho grande e “tempere” com açúcar, as gemas peneiradas e uma pitada de sal.
Leve ao fogo baixo, mexendo sempre, e cozinhe por aproximadamente meia hora.
Quando ela encorpar e ferver verifique o açúcar. Acrescente a manteiga, a nata e o chá. Continue cozinhando e mexendo sempre, por meia hora ou mais, acrescentando aos poucos o leite de coco grosso.
A canjica estará no ponto quando começar a soltar da panela e a fazer “rugas” na parte de cima do creme. Ela deve ficar bem cozida.
Retire do fogo e coloque em travessas ou em porções individuais.
Polvilhe com canela em pó. Sirva fria ou gelada.
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Até domingo!
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