Jornalista
paulo.correia@r7.com
Antônio nasceu na região Central do Rio Grande do Norte, na cidade de Lajes. Cresceu observando as paisagens de sua terra, o Pico do Cabugi e ouvindo muito forró nas festas que aconteciam na redondeza. A sua família é toda de agricultores médios. Moram no centro de Lajes e levam a vida como qualquer morador de município pequeno, sem muitas novidades no dia a dia. Mas Antônio tem uma característica que é um pouco incomum para um morador do interior: ele é aficionado pelo surf.
Desde pequeno acompanha pela televisão as intermináveis provas no mar e sabe o nome de diversos surfistas de cabeça. Sabe todas as manobras do esporte. Tem como filmes preferidos duas produções que falam da vida em cima de pranchas. O primeiro é Caçadores de Emoção, uma aventura que trata sobre assaltantes de bancos que cometem os delitos para celebrar com mais intensidade a vida selvagem e o surf. O segundo é um clássico que todo amante das ondas já deve ter assistido, e pelo menos umas duas vezes: The Endless Summer, um documentário da década de 1960 que acompanha a trajetória de dois jovens surfistas da Califórnia em viagens pelo mundo na busca da onda perfeita.
E foi com essa vontade e esse desejo quase palpável pelas ondas que Antônio ficou conhecido em toda a cidade de Lajes. Era chamado pelos colegas como o Surfista do Mato ou o Surfista sem Ondas. Ele não se importava com essas brincadeiras, ao contrário, levava tudo na esportiva e ria das galhofas dos vizinhos.
Nas feiras agropecuárias ou vaquejadas que eram promovidas na cidade, ele chamava a atenção. Na esmagadora maioria, os homens da cidade se vestiam com camisas xadrez ou com camisetas pólo. Sempre muito bem bronzeado e com os cabelos compridos e pintados de loiro, Antônio era o paradoxo desses eventos.
Nos carros estacionados nas feiras, o som que se ouvia era muito forró de bandas como Garota Safada, Aviões do Forró ou Muído. No Jipe 72 do pai de Antônio, o que se ouvia era Bob Marley, The Phanton Surfers e Midnight Oil.
Um dia o jovem resolveu sair de Lajes e vir morar na Capital. Já não agüentava mais a vida na pequena cidade e as vindas cada vez mais raras a Natal. Resolveu apostar todas as suas fichas em um emprego de meio período em um escritório de contabilidade e ter o resto do dia para aprender a surfar de verdade e curtir a vida nas praias de Ponta Negra, Pirangi e Miami Beach. Estava decidido a abandonar de uma vez por todas a vidinha pacata do interior e as suas feiras agropecuárias.
Dali para frente, nada mais de dias sem agitação ou fins de semana enchendo a cara de cerveja ou conversando sobre festas sem importância. Dali para frente tudo seria diferente. O mar e os seus mistérios seriam revelados por inteiro para o jovem. A paz de espírito que o surf tanto lhe proporcionava, finalmente seria sentida na sua plenitude.
E as gatinhas? Ah, essa é a melhor parte! Bronzeadas, bonitas, morenas e loiras de parar o trânsito. Lindas hippies do século XXI.
Que o mar de Natal venha logo.
Desde pequeno acompanha pela televisão as intermináveis provas no mar e sabe o nome de diversos surfistas de cabeça. Sabe todas as manobras do esporte. Tem como filmes preferidos duas produções que falam da vida em cima de pranchas. O primeiro é Caçadores de Emoção, uma aventura que trata sobre assaltantes de bancos que cometem os delitos para celebrar com mais intensidade a vida selvagem e o surf. O segundo é um clássico que todo amante das ondas já deve ter assistido, e pelo menos umas duas vezes: The Endless Summer, um documentário da década de 1960 que acompanha a trajetória de dois jovens surfistas da Califórnia em viagens pelo mundo na busca da onda perfeita.
E foi com essa vontade e esse desejo quase palpável pelas ondas que Antônio ficou conhecido em toda a cidade de Lajes. Era chamado pelos colegas como o Surfista do Mato ou o Surfista sem Ondas. Ele não se importava com essas brincadeiras, ao contrário, levava tudo na esportiva e ria das galhofas dos vizinhos.
Nas feiras agropecuárias ou vaquejadas que eram promovidas na cidade, ele chamava a atenção. Na esmagadora maioria, os homens da cidade se vestiam com camisas xadrez ou com camisetas pólo. Sempre muito bem bronzeado e com os cabelos compridos e pintados de loiro, Antônio era o paradoxo desses eventos.
Nos carros estacionados nas feiras, o som que se ouvia era muito forró de bandas como Garota Safada, Aviões do Forró ou Muído. No Jipe 72 do pai de Antônio, o que se ouvia era Bob Marley, The Phanton Surfers e Midnight Oil.
Um dia o jovem resolveu sair de Lajes e vir morar na Capital. Já não agüentava mais a vida na pequena cidade e as vindas cada vez mais raras a Natal. Resolveu apostar todas as suas fichas em um emprego de meio período em um escritório de contabilidade e ter o resto do dia para aprender a surfar de verdade e curtir a vida nas praias de Ponta Negra, Pirangi e Miami Beach. Estava decidido a abandonar de uma vez por todas a vidinha pacata do interior e as suas feiras agropecuárias.
Dali para frente, nada mais de dias sem agitação ou fins de semana enchendo a cara de cerveja ou conversando sobre festas sem importância. Dali para frente tudo seria diferente. O mar e os seus mistérios seriam revelados por inteiro para o jovem. A paz de espírito que o surf tanto lhe proporcionava, finalmente seria sentida na sua plenitude.
E as gatinhas? Ah, essa é a melhor parte! Bronzeadas, bonitas, morenas e loiras de parar o trânsito. Lindas hippies do século XXI.
Que o mar de Natal venha logo.
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