terça-feira, 11 de outubro de 2011

Especialista traça na UFRN perfil dos condomínios fechados de cidades brasileiras

Atendendo a convite do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), a professora Camila D’Ottaviano, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) proferiu a palestra intitulada “Condomínios fechados – os prós e os contras”. O evento aconteceu na manhã desta segunda-feira, 10, no auditório da Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM).


Camila D’Ottaviano iniciou fazendo um apanhado histórico do nascimento dos condomínios fechados. Nos anos 1990, os empreendimentos eram destinados somente para pessoas de classe média alta nas capitais. No início dos anos 2000 foi o “boom” desse tipo de construção, se alastrando pelas regiões metropolitanas.

A professora também traçou o perfil dos condomínios, especificamente em São Paulo, nos dias de hoje. A maioria contém um banheiro e dois dormitórios, localizados na Zona Leste da cidade, voltado para pessoas de baixa renda. Para ela, isso só foi possível graças à implementação pelo Governo Federal do projeto Minha Casa, Minha Vida, que retirou famílias de áreas de riscos nos morros para dar casa própria as pessoas.

A professora faz ressalvas sobre o projeto. Apesar de ser vantagem para as pessoas que recebem até três salários mínimos pagarem R$ 50,00 de prestação e R$ 60,00 de condomínio, não há infraestrutura básica e serviços disponíveis nesses condomínios.

“A propaganda sempre mostra uma família de loiros felizes, em amplo espaço ao ar livre em áreas de lazer, mas a realidade não é bem assim”, disse a professora. Ela fez um comparativo entre o que é mostrado na planta contrastando com fotografias assim que os empreendimentos ficam prontos. A diferença muito é nítida.

Na opinião de Camila D’Ottaviano , outro problema, esse mais grave, é a ausência de serviços perto dos condomínios. “Em Realengo, no Rio de Janeiro, as famílias reclamam que não tem padaria, farmácia e nem supermercado nas proximidades. Algumas pessoas que antes pegavam uma condução para ir trabalhar agora pegam duas”, destaca.

Diante desses problemas, a professora faz um alerta para que as famílias não sejam jogadas em vias expressas sem infraestrutura necessária para se viver.

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