Gibson Azevedo
Poeta brasileiro
“Chorar é melhor da cama, que é lugar quente”!... Sábias palavras de domínio público cuja autoria se perde no tempo, mas nem por isto menos verdadeiras, menos atuais. É resumo brilhantíssimo do saber da experiência humana. Segui à risca, na prática, o seu real significado, não expus ao ridículo as minhas emoções, as minhas tristezas, os meus medos, a minha decepção, o meu pranto... Assisti a derrocada previamente anunciada, deitado na minha redinha de dormir, local predileto à distensão de minhas canseiras diárias. Antevi o desastre.
Há quase uma década, seguindo a cartilha histórica dos péssimos governantes que tentam satisfazer os anseios populares enganando com manobras ilusórias, há muito celebrizadas, por demais conhecidas e adotadas pelos caudilhos inescrupulosos intituladas de “pão e circo”, um presidente falastrão, de hábitos libidinosos, inconsequentes e etílicos, megalomaníaco ao extremo, comprou a peso de ouro (recursos que não lhe pertencia) duas imensas e desnecessárias farras esportivas que ocorreriam em futuro próximo – em dois mil e quatorze e dois mil e dezesseis, para ser mais exato.
Assim como os imperadores romanos nos primórdios do cristianismo, déspotas que construíram suntuosas arenas para divertir a populaça à custa do sangue de muitos inocentes, imolados naqueles antros de perversão, sessões de tara coletiva regada a muito vinho e fanfarras, o nosso leviano representante foi até “Olimpo” da FIFA e do COI e, ofereceu o corpo e a alma da Nação, em troca da escolha destes dois eventos nas terras da nossa Pátria tão sofrida, de um povo tão inculto que, logo aos primeiros momentos aplaudiu tamanha sandice, sem dar-se conta do desastre que secundaria o começo desta aventura. Tamanho foi o imbróglio perpetrado por aquele mandrião, que isentou, servilmente, àquela entidade internacional de recolher os devidos impostos sobre os ganhos adquiridos com todo tipo de “negócios” no nosso “terreiro”, durante o período no qual ocorreriam os citados jogos. Em nenhum país do mundo, nos quais ocorreu este evento, encontraram este gracioso tipo de benesse. Nenhuma republiqueta permitiria esse enorme disparate administrativo. Nosso povo, anestesiado com uma esmola oficial como a do “bolsa família”, bobo e desinformado, incontinente engoliu o engodo. Fez-se “quizumba” com o dinheiro público. Também à custa o empobrecido erário, aquele apedeuta projetou e iniciou a construção das suntuosíssimas arenas, na sua grande maioria, desnecessárias, manobra que beneficiaria construtores apaniguados e contribuintes do seu partido político, ninho gerador da mais baixa rapinagem aos recursos da nossa vilipendiada Nação.
Isto tudo na confiança excessiva que o nosso selecionado - time de futebol - penta campeão mundial, ganharia, de barbada, uma copa realizada no nosso território, auferindo-lhes dividendos políticos inimagináveis, mantendo-os, desta forma, eternamente no poder. Na euforia dos primeiros dias, aproveitou o momento favorável e elegeu um poste – Dilma Roussef – para substituí-lo, assim atapetando o momento da sua volta ao posto de mando. Tudo bem planejadinho!...
Assim não quis o acaso... E mesmo tendo custado vidas e sofrimento da parcela mais sofrida da nossa gente, descaracterizando-nos como seres humanos por vários anos, e muito mais, sabe-se quanto..., caprichosamente, no dia 08/07/2013, sofremos uma derrota humilhante, vergonha que nenhum dos mais humildes torcedores brasileiros imaginaria que viesse a acontecer. Pois aconteceu! Ante uma Alemanha organizada e obstinada, país culto e próspero, que já pagou um preço muito alto por acreditar nas leviandades de um lunático, juntou os cacos daquela derrocada e construiu o país dos sonhos de muitos.
Esperamos que, aqui tenhamos também o discernimento de expurgar esta choldra de bandidos, que malsinadamente, para nós, se nos acometeu. O futebol foi só um aviso... Virão os jogos olímpicos e a catástrofe poderá ser ainda maior.
Ui!... Que medo! Melhor chorar na cama.
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