Passaporte em mãos e na bagagem espaço reservado para um gigante mundo de experiências que se abriu nesta terça-feira, dia 22, a um grupo de cinco estudantes da rede pública do Rio Grande do Norte. Eles vão atravessar o Oceano Atlântico rumo à 56ª edição do Fórum Internacional de Jovens Cientistas de Londres (London International Youth Science Forum - LIYSF), sediado entre os dias 23 de julho a 11 de agosto na capital inglesa.
Oriundos de escolas e cidades diferentes, irão se reunir pelos próximos 15 dias no Imperial College. Jhonatan Piffer e Pâmela Sibelly são da Escola Estadual Rui Barbosa, em Tibau; Aleksander Silva e Dennis Deniam são da Escola Estadual 11 de Agosto, em Umarizal; já Thatielly Thainara é da Escola Estadual Eliseu Viana, em Mossoró. Juntos, terão em comum, além do primeiro carimbo no passaporte, a possibilidade de agregar novos conhecimentos científicos.
Antes de chegar a Londres, a turma percorreu um longo caminho traçado pela Iniciação científica. Foram individualmente selecionados entre cerca de 600 estudantes do ensino médio que participaram da III Feira de Ciências do Semiárido, promovida pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), no começo de 2014, dentro do projeto de Extensão Ciência para Todos no Semiárido Potiguar.
Dos mais de 200 projetos desenvolvidos em sala de aula no período letivo, a Feira selecionou as ideias inovadoras e de forte potencial científico para representar o Rio Grande do Norte na 12ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – Febrace, sediada em março na Escola Politécnica, da USP, em São Paulo. Nesta fase também participaram estudantes das cidades de Apodi, Antônio Martins e Paraú.
O professor da Ufersa Felipe de Azevedo Silva Ribeiro é coordenador do projeto Ciência para Todos no Semiárido Potiguar e ressalta que a Ufersa tem um papel importante, visto que iniciou esse trabalho na Região. “Desde que começamos a Feira, já foram alunos para países como o Equador, Inglaterra e também a diversos Estados do Brasil”, detalha ele, complementando que a iniciativa ajuda a fomentar futuras pesquisas.
AQUI Professor Felipe Ribeiro fala mais sobre a importância da Feira.
EXPANSÃO -
Nos últimos dois anos, 11 estudantes do Ensino Médio já viajaram pelo Projeto. E se depender do esforço da Universidade esse número só tende a aumentar. O reitor José de Arimatea de Matos recepcionou os estudantes durante a saída para Natal, de onde embarcam para Londres, e anunciou a proposta da Ufersa em institucionalizar o Programa Ciência para Todos no Semiárido Potiguar.
Com a medida, o Ciência para Todos passa a integrar a política de ações da Ufersa e deverá ser incorporado ao calendário acadêmico já em 2015. “Esse é um Projeto que faz muita diferença no processo de formação dos estudantes. Muitos deles nunca vislumbraram uma viagem. Hoje vão a Londres e ainda ampliam suas aspirações científicas”, defende o reitor José de Arimatea.
O Ciência Para Todos é promovido em parceria com a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – Uern e com a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura, através do apoio das Diretorias Regionais. Somente no Oeste Potiguar, na circunscrição da 12ª Dired, são quase 200 projetos envolvidos, representando 70 escolas em 45 municípios.
O resultado dessa maratona de atividades está no desempenho dos estudantes. “Os alunos que participam têm notas muito favoráveis e sociabilidade mais amistosa. A Feira é um aliado no processo de ensino- aprendizagem”, assegura a professora Magali Delfino, titular da 12ª Dired.
ARTES, SUSTENTABILIDADE E MEDICINA NO ENSINO MÉDIO –
Os estudantes potiguares se juntam, em Londres, a outros 350 estudantes de 60 países. No velho continente eles expõem três projetos que perpassam por estudos da Medicina ao avaliar o potencial cicatrizante e antiinflamatório do extrato de partes vegetativas da Ximenia Americana L. (conhecida pelos nomes de ameixa-brava, ameixa da Bahia e ameixa de espinho).
Um segundo projeto busca soluções sustentáveis para o descarte inadequado do lixo eletrônico. Já o professor Victor do Carmo também embarca com os estudantes – como orientador – pelo projeto de Didática que encontrou nas manifestações artísticas uma estratégia para mudar a postura dos alunos nas aulas de Língua Portuguesa.
A proposta do mestre é transformá-los em estudantes mais conscientes, leitores e produtores de textos mais críticos. “Foi proposto aos estudantes a oportunidade de construírem um estilo de época, em que tivessem contato com expressões como Literatura, Pintura e Música”, explicou o professor Víctor Silva do Carmo, orientador do projeto.
AQUI Leia mais sobre os projetos apresentados em Londres.
MUNDO, VASTO MUNDO –
Quando o jovem Jhonatan Victor Gomes Piffer descobriu que o mundo da tecnologia é vasto, de modo que “quanto mais a gente descobre mais a gente pode criar” - como ele constatou - descobriu também que a sua formação superior seria em Ciência da Computação. Isso com apenas 13 anos de idade.
De Tibau, onde está matriculado na Escola Rui Barbosa, para Mossoró, onde pretende cursar Computação na Ufersa, são apenas 40 quilômetros de distância. E foi daqui que o mundo se abriu para Jhonatan. Primeiramente veio o que seria uma “viagem de escola” para Mossoró, ao participar da III Feira de Ciência. Depois viajou pela primeira vez de avião rumo a São Paulo para a Febrace; agora, em Londres, conhecerá o Imperial College.
Filho mais velho de um torneiro ferramenteiro aposentado e de uma dona de casa - Sidney Piffer e Célia de Almeida - ele conta orgulhoso das escolhas já maduras ao concluir o 3º Ano do Ensino Médio e da surpreendente experiência de viajar a Londres. Assim como o mundo da tecnologia, Jhonatan também descobriu que o mundo além do mar de Tibau é vasto: quanto mais longe ele for, mais longe ele poderá ir.
REDES SOCIAIS –
Essa viagem não termina aqui. Você pode acompanhar o dia a dia dos cinco estudantes e do professor através do Facebook da Ufersa. A turma irá encaminha registros em foto, vídeo e texto que alimentarão o álbum “Diário de Bordo”. #UfersaEmLondres
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