Marcus Aranha
Escritor
Uma das maiores invenções do século passado, no campo financeiro foi o cartão de crédito.
Com um método extremamente simples para permitir a entrada do cidadão nesse sistema financeiro, você faz um cadastro junto a uma entidade financeira e oferece comprovantes de renda que possam mostrar que você tem um determinado ganho que possa cobrir as despesas a realizar.
Uma investigação rápida junto aos órgãos fiscalizadores de crédito, do tipo SERASA, diz se você é um sujeito sem culpas no cartório ou um devedor contumaz.
Se você é “boa praça” no mundo financeiro, recebe incontinente o seu “cartão de crédito”, um pedaço de plástico resistente com seu nome, data de validade e outros códigos que a operadora utiliza quando você compra com o seu dinheiro plástico.
Para os prevenidos e comedidos o cartão é um instrumento valiosíssimo. Para os perdulários e incautos é uma faca de dois gumes.
Para estes há o risco de comprar deitando e rolando durante o mês inteiro e ao receber a fatura do cartão e verificar que ela é praticamente o valor do salário. Aí o jeito é pagar parte da fatura e arcar com pesados juros sobre a dívida que vem no mês seguinte.
Mas para o comércio em geral o sistema é excelente, pois quem vende não corre o risco de não receber. Na hora compra, consultada automaticamente a Central do Cartão que vai ser utilizado, e havida a liberação da compra, quem vende, vende tranqüilo, pois não corre o menor risco de ser lesado.
Hoje em dia qualquer estabelecimento comercial aceita pagamento com o cartão de crédito. E mais: consultórios médicos, clínicas, laboratórios, hospitais, dentistas e outros, aceitam o pagamento dos serviços que lhe prestou com dinheiro plástico.
E mais ainda: dividem o pagamento em várias vezes, coisa que o sistema permite. Até motel funciona com cartão de crédito; se pintou uma mina no pedaço, não é por falta de dinheiro que você que você vai deixar de dar sua transadinha. O cartão de crédito resolve o problema.
Dizem as más línguas que há igrejas aceitando doações e pagamento de dízimos com o cartão de crédito.
E compras pela Internet?
O volume dessas é altíssimo! O distinto acessa ao site de vendas, escolhe o que quer, preenche um cadastro e fornece o número de ser cartão de crédito. A empresa vendedora checa alguns dados e libera a venda.
O comprador recebe o objeto desejado em casa através de uma firma de encomendas ou dos Correios.
Ninguém imagina a quantidade de dinheiro que rola através dos cartões de crédito que são utilizados em compras pela Internet.
Agora surge mais uma novidade para o uso do famoso cartão.
Os advogados de São Paulo foram autorizados pela seccional paulista da OAB, para receber honorários no cartão de crédito.
Mais uma categoria profissional trabalhando com o dinheiro plástico. A partir de agora os escritórios de advocacia daquele Estado estão autorizados a receber pagamentos com o cartão, e até fazer parcelamentos.
Tai... Em São Paulo , mesmo não tendo dinheiro, você não vai tão fácil pra cadeia por falta de advogado.
Basta ter um cartão de crédito.
Publicado em o Correio da Paraíba de 25 de julho de 1010
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