Paulo Correia
Jornalista
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Esses dias, lendo a coluna do jornalista Rubens Lemos Filho em um jornal da cidade, fiquei pensando sobre o que ele escreveu. No texto, o colunista falava sobre fogos de artifício em jogos e nas campanhas políticas. Explicava sobre a inutilidade de tanto barulho e sobre o medo do seu cachorro com os fogos. No meio do artigo, Lemos Filho escreveu que presenciou em uma cidade do interior um dos fogueteiros de uma carreata política perder quatro dedos da mão depois de um rojão explodir. Depois, a carreata continuou normalmente, com toda a sua falsa alegria, e o pobre homem foi mandado para um posto de saúde. “Tive uma pequena noção do que realmente representam os pobres para os potentados”, escreveu Rubens Lemos Filho.
A real importância dos pobres para os postulantes aos governos é essa lembrada pelo jornalista. Somente servem de massa de manobra, de bobos da corte que abraçam, riem e se emocionam quando observam a chegada desses papangus em suas ruas. Alguns perdem a vergonha e vendem os seus votos por tostões, outros gritam até cansar o nome do candidato por boas doses de cana e uma foto na parede, outros perdem os dedos das mãos.
Até quando seremos tapeados por esses nobres senhores, que desfilam por ruas e becos nas cidades e que exibem sorrisos fartos em todo lugar? Até quando?
Lendo o texto assinado por Rubens Lemos Filho, lembrei de uma frase do filme Gladiador, do diretor Ridley Scott. Um dos personagens, o comerciante de escravos que leva os lutadores para as arenas da morte diz em determinado momento: “Somos sombra e poeira Maximus, sombras e poeira”.
É isso o que é realmente a população para os políticos: Sombras e poeira.
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