quinta-feira, 2 de junho de 2011

O chato de plantão

Paulo Correia
Jornalista/Agência Ecoar
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Ele começa seu trabalho cedo. É um dos maiores entusiastas de um ramo de negócios que está explodindo em Natal e em algumas cidades da Região Metropolitana. Ele é o corretor de vendas de imobiliárias. Não tem jeito, essa turma chegou para valer e não tem quem consiga fugir da sua conversa chata e recheada de números e muitos erros de português.
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Eu observo essa turma já faz um tempinho. E não é difícil não prestar atenção nesses nobres. Estão lá, todos os dias no caminho para o trabalho e no retorno para casa. Estão na BR, nos intermináveis stands de vendas que se proliferam por toda a sua extensão. Estão em Nova Parnamirim, a Meca desses engravatados e suas planilhas. E estão na programação matinal da televisão. Todos com um belo sorriso de orelha a orelha, satisfeitos em lhe empurrar um terreno lá na caixa bozó e no aguardo de suas boas porcentagens com as vendas.
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Não escrevo aqui para denegrir a profissão de corretor de vendas. Ela é importante. Mas precisa de toda aquela chateação, de todo aquele blá, blá, blá? Eu acredito que não.
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Outra coisa que me irrita nesse negócio são aquelas panfletagens nos sinais de trânsito. Que tanto papel!
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Para finalizar esse desabafo, será que não tinha um jeito de remunerar melhor aquelas turmas de jovens e senhoras que ficam sob um sol inclemente, protegidas apenas por um boné, segurando bandeiras pesadas e na luta contra o vento? Será que essas imobiliárias, que nadam em grana alta, não poderiam pensar melhor nisso, ou essas pessoas não merecem uma maior consideração?

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