Jornalista
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No domingo (02), o jornal Gazeta do Oeste, de Mossoró, estampou no seu caderno Cidades uma matéria que mostra o preparo de alguns homens da força policial de nosso Rio Grande do Norte. A reportagem, assinada pela jornalista Sayonara Amorim, é altamente explicativa e seria motivo de piada, se não fosse a mais pura realidade.
No texto, a informação que a polícia da cidade de Jucurutu, localizada na região do Seridó, prendeu no início de agosto o deficiente físico Manoel Marques de Araújo e dois dos seus objetos pessoais: um livro contando a vida do bandido José Valdetário Benevides Carneiro e um quadro com a fotografia do lendário assaltante de bancos. O motivo da prisão de Manoel? Ele fazia apologia ao crime.
Só mesmo na cabeça de homens totalmente despreparados e autoritários para se conceber uma idéia absurda como essa. Desde quando possuir um livro que trate sobre a vida de um criminoso ou um quadro com o seu retrato se configura crime?
Esses homens que prenderam o rapaz e ficaram com os seus pertences são personagens muito conhecidos em todo o Brasil, são os chamados “sordados de políça”. Uma turma que cresceu na hierarquia das forças policiais sem nenhum tipo de formação adequada. Homens que somente aprenderam uma lição: bater agora e perguntar depois. Homens que deveriam está fora dos quadros da polícia, mas que por um motivo ou outro, ainda permanecem na folha de pagamento do Estado.
Na visão desses gênios, qualquer pessoa que possui um livro sobre algum meliante é automaticamente considerado membro da quadrilha ou um bandido em gestação.
Com essa notícia, pensei seriamente em jogar fora os meus livros que tratam sobre o cangaço no Nordeste, as famílias mafiosas da Itália ou a vida entre tiros e prisões do traficante de drogas Marcinho VP.
Ê Brasil sem jeito!
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